Page 13 - JornalJunho2020(11ªEdição)
P. 13
Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas de Monção junho 2020
Marcadores de Livros - Visita guiada ao 5.º B Luís Sepúlveda
oje, tivemos uma visita o dia 16 de abril de 2020, faleceu Lu-
H surpresa! ís Sepúlveda, um homem que louvava
Fomos ver a exposição de mar- N facto do ser humano ser capaz de
o
cadores de livros que está na bibli- criar beleza. Ele foi esse criador e deixou-nos
oteca da nossa escola durante a essa beleza na sua vasta obra.
Semana da Leitura.
Esta visita foi orientada pela nos-
sa Diretora de Turma que é a do-
na desta coleção de marcadores.
Pudemos ver marcadores que
foram feitos por alunos, em anos
anteriores, nesta escola nas aulas
de Educação Visual e Tecnológi-
ca.
Vimos ou-
tros que
foram fei-
tos para
registarem
a presença nesta escola, professora para que não fossem publicadas nas Ao longo
de vários escritores, ilus- redes sociais e nós assim prometemos. da minha vida, reli
tradores ou contadores de Mas, o mais engraçado foi quando a nossa Dire- as suas histórias inúme-
histórias nas Semanas da tora de Turma se enganou e, em vez de estar a ras vezes, sem me cansar; inspiraram-me com
Leitura ao longo dos anos. tirar fotos, estava a filmar. Foi a nossa colega Sa- uma simplicidade profunda e bela.
Vimos também marcado- ra Caldas quem corrigiu a professora. Ah! Ah! Ah! A sua obra leva-nos a refletir e dá-nos vonta-
res de livros estrangeiros Foi uma risota geral! de de melhorar, faz-nos sonhar com um planeta
de algumas bibliotecas do Agradecemos à Professora Rosa Faria a cedên- puro e com um mundo onde sobressaem valo-
mundo. Vimos outros que cia de um dos seus marcadores especiais que res maiores, como o amor, a solidariedade, a
publicitam livros infantis, mereceu uma foto neste artigo. amizade, o respeito pela diferença, a coragem,
juvenis e para adultos. A turma do 5.º B a determinação e a confiança. Ficamos com a
Marcadores muito bonitos! A DT Helena Magalhães sensação de que nada é impossível.
Foi muito engraçado. Deixo aqui, em jeito de homenagem a este
Tiramos algumas fotos homem, um dos escritores por quem sinto uma
com a recomendação da grande admiração, este desenlace maravilhoso
de um dos seus livros… uma cena inesquecí-
POEMA O carnaval vel: um gato e uma gaivota unidos para sempre
na noite chuvosa de Hamburgo.
O carnaval é divertido, Que voes também tu, Luís Sepúlveda, numa
Ideias temos de ter, serenidade eterna, como uma ave que abriu as
E um disfarce criar, suas asas! Obrigada.
Para ninguém nos reconhecer. “Viram-na então, batendo as asas, sobrevoan-
do o parque de estacionamento, e depois se-
Os confettis atiramos, guiram-lhe o voo até às alturas, até mais para
E as ruas enfeitamos, além do cata-vento de ouro que coroava a sin-
Com muita folia, gular beleza de São Miguel.
Alegria espalhamos.
Ditosa voava solitária na noite de Hamburgo.
Todo mundo fica à espera Afastava-se batendo as asas energicamente
Desta altura irresistível, até se elevar sobre as gruas do porto, sobre os
Todo mundo o celebra, mastros dos barcos, e depois regressava pla-
O carnaval inesquecível! nando, rodando uma e outra vez em torno do
Maria, 7ºC campanário da igreja.
- Estou a voar! Zorbas! Sei voar! - grasnava
Quando partiste ela, eufórica, lá da vastidão do céu cinzento.
O humano acariciou o lombo do gato.
Quando tu partiste tudo mudou - Bem, gato, conseguimos - disse ele suspi-
De uma forma que eu nunca pensei rando.
Noite chuvosa em Hamburgo estava, A minha vida de pernas para o ar ficou - Sim, à beira do vazio compreendeu o mais
E o medo de Ditosa aumentava. Pouco a pouco desabei. importante - miou Zorbas.
Zorbas queria vê-la a voar Pouco a pouco o meu coração parou - Ah, sim? E o que é que ela compreendeu? -
Por isso as escadas tiveram que subir E a tristeza tomou conta de mim perguntou o humano.
Para assim o medo da gaivota fugir. Mas o meu amor por ti continuou - Que só voa quem se atreve a fazê-lo - miou
Assim ficarei eu tempo sem fim . Zorbas.
Subindo então as escadas, - Suponho que agora te estorva a minha com-
Chegaram ao topo do campanário. O meu coração acelera panhia. Espero-te lá em baixo - despediu-se o
A gaivota estava prestes a voar Quando eu penso em ti humano.
E o grande momento iria chegar. E o meu mundo desaba Zorbas permaneceu ali a contemplá-la, até
Quando percebo que te perdi. que não soube se foram as gotas de chuva ou
A gaivota levantou voo, as lágrimas que Ihe embaciaram os olhos ama-
A chuva e o vento não a afetava relos de gato grande, preto e gordo, de gato
E olhando para trás, bom, de gato nobre, de gato de porto.”
Despedia-se, abanando a sua asa.
Pedro Marques, 7ºC
Beatriz, 7ºC A professora bibliotecária
Maria de Deus Gonçalves
13