Page 4 - JornalJunho2020(11ªEdição)

Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas de Monção junho 2020

“Educação em tempo de pandemia”

Perante uma verdadeira revolução no ensino, aprendizagens… quebra brusca e, ao mesmo tem-
quisemos saber a opinião de alguns membros da po prolongada, nas rotinas de trabalho diário na
nossa comunidade educativa, professores, alunos, Escola, fundamentais para uma aprendizagem
pais/encarregados de educação, técnicos especia- sólida e para a formação cívica e humana. (Prof-
lizados de apoio à aprendizagem e assistentes MJF); “Num momento em que se estava a traba-
técnicos e operacionais. lhar a alteração de paradigmas através dos DL
54/2018 e 55/2018, com as propostas de passa-
Aqueles que aceitaram partilhar as suas opini- gem de um modelo diretivo (aquele que foi orienta-
ões, relativamente a cada questão, transmitiram o do por valores da Era Industrial) para o modelo ção face ao processo de ensino e aprendizagem à
seguinte:
social, ficou tudo comprometido. Sobretudo por- distância… Reconhecimento do profissional no
Qual a alteração mais significativa no seu que o modelo de ensino à distância privilegia o ensino presencial.” (Prof-MFF); “Uma grande opor-
quotidiano? modelo diretivo e o modelo individual” (Prof-JH); tunidade para todos refletirmos sobre a sociedade
“Falta de respostas adequadas e comprometimen- e os valores… a melhoria das nossas competên-
“A alteração dos horários” (Prof-JV), “A falta de
contacto direto com as pessoas” (Aluno-IE); “muito to futuro, dos alunos abrangidos pelo Decreto-Lei cias digitais.” (Prof-IR).
54/2018, 6 de julho, em função da sua especifici-
tempo no computador” (Prof-IR); “deixar de ir diari- dade.” (Prof-MFF); “A questão dos afetos, relação Caso pretenda, poderá deixar uma mensagem
amente à Escola e o corte que isso significou no entre professor e aluno e entre os próprios alunos para a comunidade escolar, perspetivando o
contacto direto, humano e afetivo, com os alunos fica bastante comprometida com este tipo de ensi- futuro. (Opcional)
e com todos os restantes elementos da comunida- no principalmente a relação entre alunos pois a “Tendo três filhos no Agrupamento de Monção,
de educativa” (Prof-MJF)
escola não se resume a "conteúdos"… a falta de a frequentar diferentes anos de escolaridade, la-
Qual a sua opinião acerca do ensino à distân- fiabilidade dos dados da avaliação recolhidos no mento que não se tenha analisado devidamente
cia (E@D)? contexto do ensino à distância, que podem não que a capacidade de resposta dos alunos depen-
corresponder ao trabalho sério, consistente, conti- de muito das suas idades. A oferta foi a mesma
“Prático, mas impessoal” (EE-MR); “Mais-
valia” (TEAA-RS); “A única solução possível” (EE- nuado e efetivo do aluno.” (Prof-IR); “As pessoas para camadas etárias muito diferenciadas. Por
poderão pensar que os computadores são capa-
outro lado, lamento também que as crianças com
AM); “Não tem grandes resultados. A telescola zes de substituir as relações” (EE-RC). necessidades educativas especiais tenham sido
aborda os conteúdos de uma forma muito simplifi- "entregues" aos seus pais que, para além de cria-
cada e por classroom (a não ser as aulas por vide- Que aspetos positivos poderemos retirar des- dores/educadores, passaram a ser professores,
ochamada) pouco aprendemos” (Aluno-MT); “Para ta pandemia? terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais,
o grupo alvo, abrangido pelo Decreto-Lei 54/2018, “Viver o aqui e o agora” (TEAA-RS); “O conheci- etc.” (EE-RC); “Infelizmente esta pandemia não
de 6 de julho, este tipo de ensino torna-se compro- mento de outras ferramentas que podem ser utili- será de curto prazo e, assim sendo, receio termos
metedor no desenvolvimento global das crianças/ zadas e potenciadas para quando podermos reto- aulas virtuais para o próximo ano letivo. Peço-vos
alunos” (Prof-MFF); “Não substitui, de forma algu- mar o ensino presencial… oportunidade de refletir- que arranjem alguma maneira de termos aulas
ma, o ensino presencial, onde a ligação e intera- mos sobre o que o ser humano deve quer para o presenciais, mesmo sendo com todas as precau-
ção docente-discente é fundamental… No E@D a futuro e retrocedermos no que está mal- ções. Poderíamos ter aulas presenciais metade to
aprendizagem não se consolida como no ensino organizado.” (Prof-JH); “Não dar importância a tempo de aulas e a outra metade por videochama-
presencial.” (Prof-MJF); “Um mal necessário, No coisas prescindíveis” (EE-AM); “Ter encontrado da na classroom (ou, pensando nos meus colegas
entanto, cria discrepâncias… são beneficiados os soluções e estar melhor preparados, caso haja sem computadores, por telescola). (Aluno-MT); “O
que têm capacidades e meios … prejudicados to- outro acontecimento do tipo.” (Aluno-MV); futuro tem de ser de esperança e devemos dar
dos aqueles que têm falta de meios, …acentua os “Descoberta e utilização de muitos novos recursos oportunidade a toda a comunidade educativa, para
processos de "não inclusão", não permite desen- e adquirir novas competências, nomeadamente a construir um novo modelo de escola assente nos
volver a "escola inclusiva". (Prof-JH)
nível digital. Essas ficarão e serão sempre uma valores ecológicos e da solidariedade.” (Prof-JH);
Que efeitos negativos poderão advir desta mais valia para o futuro…importância das relações “O futuro não vai ser fácil, mas vamos fazer com
crise, no âmbito da educação? humanas, do contacto, do afeto e da partilha entre que seja melhor...” (TEAA-RS) “Um regresso à
todos os que fazemos parte da comunidade a que 'normalidade' o mais rápido possível...” (Prof-JV)
“A falta de conhecimentos para os anos que se
seguem” (EE-AM); “Alunos menos bem prepara- chamamos Escola.” (Prof-MJF); “A responsabiliza- O “Olhar o Agrupamento” agradece a todos
ção e envolvimento dos Encarregados de Educa-
dos para exames” (Aluno-MV); “…lacunas nas quantos aceitaram partilhar as suas opiniões.

MAIA Os professores deverão reconhecer as caracte- • Perceção da sensibilidade/vontade das esco-
Projeto de Monitorização, Acompanhamento e rísticas da avaliação que efetivamente concreti- las em participar no MAIA;
Investigação em Avaliação Pedagógica zam no seu dia-a-dia e desenvolver compromis- • Avaliar as condições para uma correta imple-
sos que se orientem para novas práticas avaliati- mentação do projeto;
O Agrupamento de Escolas de Monção está a vas. Essa consciencialização e esse compromisso • O que posso fazer? Até onde posso ir? O que
participar no “Projeto MAIA” - Projeto Nacional implica a reflexão baseada na prática, de tal modo é expectável?
"Monitorização, Acompanhamento e Investigação que possa valorizar diferentes modalidades de Próximas etapas (Equipa Central):
em Avaliação Pedagógica (MAIA)", no âmbito da avaliação pela experiência da utilidade das mes- • Preparar a versão final dos documentos do
Autonomia e Flexibilidade Curricular (AFC), coor- mas. Esta componente de reflexão a partir de situ- projeto;
denado e acompanhado pelo Professor Doutor ações reais de avaliação, de integração entre teo- • Preparação da plataforma de comunicação;
Domingues Fernandes. ria e prática, parece-nos fundamental para garantir • Alimentar a plataforma (TEAMS) com informa-
O grupo de formandos que participa neste pro- práticas profissionais de avaliação de qualidade. ção;
jeto é constituído por um basto conjunto de docen- O projeto organiza-se da seguinte forma: • Preparação do próximo seminário;
tes, representando todos os ciclos de ensino, des- Modelo de operacionalização do projeto: • Preparação dos NA;
te agrupamento. • Processo faseado de base voluntária; • Temas a abordar na próxima sessão;
É um projeto de natureza eminentemente peda- • A escola tem condições para avançar desde • Avaliação Formativa;
gógica que se enquadra nos esforços que vêm já; • Avaliação Sumativa;
sendo desenvolvidos nos últimos anos para se • Respeito por opções locais diversificadas; • Feedback;
criarem as melhores condições para continuar a • Critérios para adesão pelas escolas; • Processos de recolha e análise de dados;
melhorar as aprendizagens e as competências • Perfil dos docentes envolvidos; • Critérios de avaliação.
das crianças e dos jovens portugueses. Tem co- • N.º de docentes envolvidos; Neste momento e dadas as circunstâncias inédi-
mo propósito central: contribuir para transformar e • Envolvimento dos diretores das escolas; tas, as sessões estão a ser desenvolvidas em sis-
melhorar as práticas de avaliação e de ensino nas • Partir da base de uma escola por cada um dos tema e-learning.
escolas portuguesas tendo como principal centro participantes (opções diversificadas) Este projeto iniciar-se-á no próximo ano letivo
de interesse a melhoria das aprendizagens dos Próximas etapas (Representantes CFAE): com turma (s) - piloto.
alunos. Prof. M. Fernando Oliveira
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