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como se explicando como seria para se relacionarem e para ficarem juntos
                      para o resto da vida, submetendo à aceitação dela a pessoa que ele era e a sua
                      forma de vida porque ele já não conseguia mais viver sem ela.


                      E  Isabeau  subitamente  apaziguada  em  suas  dúvidas  e  medos  sorriu
                      retribuindo-lhe os beijos e o abraço. Tomou-o para si pensando que naquele
                      momento ele não partiria. Respondeu para a declaração dele.  “__Mas hoje
                      você está aqui.”

                      E assim foi naquele dia e nos muitos outros dias, por longos quatro anos.

                      A  vida  no  Casarão  Gatopardo  assumiu  uma  dimensão  que  Victor  nunca
                      suspeitara. Com mais alegria, mais empolgação, com a energia do amor dos
                      jovens  contaminando  tudo  e  despertando  a  simpatia  de  todos  que
                      frequentavam as vastas salas antigas.

                      A embriagues desse amor não deixava espaço para nenhuma esperança de

                      serenidade e controle. Amavam-se com ardor, com sofreguidão, com desespero
                      e envolviam todos e tudo nesta loucura de desejarem-se e amarem-se acima
                      de qualquer coisa.

                      Começou  a  ser  comum  Victor  ser  cumprimentado  por  seus  amigos
                      havanófilos, que vinham todos os sábados à tarde para a degustação de puros,
                      elogiando a beleza do casal. E a princípio o Gatopardo ficou intrigado porque
                      não se achava responsável de nenhuma maneira por aquele relacionamento.
                      Mas  ele  acabou  reconhecendo  que  estava  tendo  muita  satisfação  com  as
                      extravagâncias  daquela  nova  rotina  de  risos  e  rodopios.  Via  Isabeau  feliz
                      como  nunca  e  seu  conhecimento  sobre  Jacques  e  seu  convívio  diário,
                      independente do que ele representava para a neta, despertou em Victor um
                      sentimento de amizade que ele já havia se resignado a não encontrar nessa
                      vida e desistido de procurar.

                      Jacques foi a única pessoa por quem Victor Gatopardo conseguiu sentir uma
                      amizade genuína, profunda e sincera e completamente desinteressada.
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