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É a forma de não perderem nunca o autocontrole. Por isso a entrevista que
manteve com Isabeau, quase imediatamente após sua chegada e que
aconteceu numa das salas do apartamento de Cesar, com Victor instalado
numa larga poltrona no extremo oposto à porta por onde Isabeau entrou e
onde permaneceu muito rígida, resumiu-se ao pouco que Victor tinha a dizer
e que foi dito numa frase que deixava cristalino seu desapontamento, num fio
de voz cortante e tão severo que Isabeau não ousou sequer tentar responder.
As palavras dele foram duras como nunca, para ela.
“__Dentre todas as tolices para fazer, você optou pela mais completa, triste,
covarde e injusta. Esteja preparada a arcar com as consequências.”
Para com o professor Silviano Roubéins, Victor tentou se mostrar mais
ameno, porque entendia que ele não podia ser responsabilizado pelas idiotices
de Isabeau.
Dias depois, já de volta à Terra Alta, num dos sábados em que aconteciam as
reuniões da Confraria do Tabaco, recebeu sua velha amiga, Esmée Hemil, a
única mulher confrade do grupo de havanófilos mais chegados a ele e evocou
a figura do homem com quem Isabeau se casara para responder com a maior
sinceridade às perguntas de Esmée, ávida das novidades.
Esmée era uma fervorosa fã do casal Isabeau e Jacques que no entender dela
eram feitos um para o outro e cuja separação fora uma traição aos bons
desígnios, a ser reparada urgentemente para a salvação espiritual dos jovens,
que só teriam chance de evolução como seres humanos, estando juntos.
Em consequência se colocava contra o professor e insistia que Isabeau
brevemente se cansaria dele ao se dar conta do absurdo que fizera ao escolher
deixar Jacques, belo como um deus e com sua personalidade máscula,
mesclada a uma insuspeita sensibilidade, para se casar com um insignificante.
Embora não confessasse para Esmée para não incentivá-la na sua
interpretação muito pessoal dos fatos, Victor, antes de algumas conversas