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Todos os dias controlava o relógio para, as dez em ponto, comunicar-se por
                      telefone com Isabeau, Jacques Lan  e  Léon  Tiithee. Com cada um e nesta
                      ordem, conversava longamente para poder estar a par de tudo o que estava
                      acontecendo  com  Cesar  e  com  todos  os  outros  e  para  acompanhar  as
                      providências que León estava sendo obrigado a tomar para preservar a figura
                      pública de Cesar Astu Ninan sem prejudicar os compromissos com a editora.
                      Trocava  ideias  com  eles,  dava  sua  opinião  e  fazia  o  necessário  para
                      administrar o que precisava ser administrado.


                      Esperava, com alguma impaciência, pelo dia em que os médicos permitiriam
                      a Cesar viajar, para então, trazê-los para casa. E vinha acalentando a ideia de
                      instalar Cesar na extraordinária propriedade conhecida como Girassóis, Ipês
                      e Junquilhos Amarelos.

                      Como primeira medida, decidiu fazer uma visita ao lugar.

                      Tratava-se de uma casa magnífica, adquirida e reformada por Cesar com a
                      participação e ativa ajuda de Victor e de Jacques Lan, quando de uma das
                      visitas de Cesar a Terra Alta. Na época Jacques era recém-chegado e estava
                      começando seu relacionamento com Isabeau.


                      Cesar, talvez influenciado pelo romance da sobrinha neta que parecia, aos
                      olhos de todos, o modelo da felicidade, declarara estar próximo o dia em que

                      deveria voltar a viver na sua cidade natal.

                      Tudo acontecera de uma maneira inesperada, sem planejamento e que Cesar
                      descrevera para Victor como um curioso acaso, num dia em que ele se animara
                      a ir sozinho até o Prosa Café.

                      O Prosa era um barzinho da época da meninice de ambos, situado numa das
                      ruas mais antigas de Terra Alta, cujo dono, um espanhol rabugento, mas com
                      a  perspicácia  dos  muito  vividos,  era  capaz  de  permanecer  impassível  na
                      presença de uma celebridade como Cesar Astu Ninan.
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