Page 205 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
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fotografia de um gato malhado, com os olhos rasgados e amarelos, brilhantes
para a câmara que havia fixado sua imagem.
O endereço tinha, no verso, um mapa feito amadoramente, com as indicações
para Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos.
Seguiram o mapa e acharam, cerca de vinte quilômetros fora da cidade, uma
propriedade fantástica.
Tão admirável que o primeiro impulso foi duvidar ser a mesma vendida e
comprada naquela mesa do Prosa Café. Mas que reconheceram afinal, como
sendo a que se referira o velho quando viram o gato malhado a esperá-los,
sentado diante do portão de entrada sob uma arcada onde estava gravada a
denominação do lugar. Seguiram por um caminho de pedriscos brancos, todo
cercado por Ipês amarelos, sempre guiados pelo gato, até uma casa toda
terracota e ocre como as árvores de outono, em meio a um bosque com cerca
de dez mil metros quadrados.
Constataram que era uma construção muito grande, mas sem nada das velhas
mansões senhoriais. Entraram por portas duplas, laqueadas de branco com
maçanetas e fechaduras douradas, encontraram um salão enorme e
totalmente claro, com móveis confortáveis e delicados, brilhando com a luz
do sol que se esparramava em todos os cantos e cuja entrada era livre a se
infiltrar pelos imensos janelões sem cortinas. Passaram pelo corredor largo até
cruzarem uma porta de vidro e deram num pátio de cores e flores, como um
jardim dentro de casa, que descobriram estar no centro da construção e se
comunicar com todas as demais habitações. Os cinco quartos enormes
incluíam total conforto e privativamente, banheiros, salas de vestir e saletas
de estar e todas estas peças da casa terminavam no pátio central, bem como
a grande e moderna cozinha.
De maneira que aquele espaço encantador, decorado com azulejos coloridos,
flores, e uma pequena fonte de mármore, constituiria o ambiente comum e de
reunião aos que ali habitassem.