Page 208 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
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Agora, pela primeira vez depois daqueles anos, Victor admitia a possibilidade
de mudar-se para a casa dos “Ipês Amarelos”, como ele se acostumara a
chamar o lugar intimamente. O passar dos anos havia feito aquela história
cair no esquecimento e já há muito tempo não se fazia menção a ela. Ninguém
morava lá. Na casa deserta, nem mesmo o gato malhado nunca mais fora visto
depois do dia em que Victor trancara as portas e os portões e o percebera
sumindo-se, com aquele bambolear característico dos felinos, nas profundezas
do bosque, entre as árvores.
Victor contratara uma empresa especializada e a encarregara da sua
manutenção e guarda. Empregados da empresa iam ao lugar periodicamente
para se assegurar dos cuidados com o imóvel e para prevenir a aproximação e
a invasão de estranhos e curiosos.
E agora quanto mais pensava no assunto, mais Victor se convencia de que
levar Cesar para a casa dos Ipês Amarelos, seria o melhor a fazer.
Discutiu a ideia com seus amigos, com Jacques Lan, León Tiithee e o
psiquiatra, Júlios Longarcco, recebeu de todos a aprovação e Léon se
prontificou a mandar uma equipe de seus melhores seguranças para garantir
a tranquilidade do traslado desde o aeroporto até Girassóis, Ipês e Junquilhos
Amarelos e mantê-los lá, para prevenir intrusões.
Além de uma equipe de enfermeiros e médicos, pelo tempo que fosse
necessário.
Mas foi a reação de Isabeau que decidiu Victor a concretizar o plano
definitivamente. “__Seria um alívio,” dissera ela quando soube a intenção do
avô, e concluiu com um suspiro dos mais profundos e sinceros, “__é um lugar
onde tenho certeza de podermos ficar em paz.”
Por isso Victor foi até a propriedade e listou as necessidades a serem atendidas.