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A chegada de Loop e Mahoo, neste mundo de flores amarelas, foi um sinal de
                      que  sua  existência  estava  prestes  a  se  definir  nas  realidades  que  sua
                      consciência estruturara para as experiências a serem vividas na matéria.


                      Ele conseguia entender isso com clareza, mas os próximos acontecimentos a
                      serem  escolhidos  dentre  as  possibilidades  potenciais  ainda  estavam
                      escondidos.

                      Sentia-se  calmo  e  com  uma  lucidez  espantosa,  rara  para  o  momento  que
                      estava vivendo. Via, ao redor, Victor e Isabeau e percebia-os apenas em parte,
                      como se o outro lado deles, aquele das almas que certamente tinham asas
                      enormes, insistisse em permanecer oculto à sua percepção.

                      Mas  havia  Jacques  e  León  Tiithee  com  suas  auras  permanentemente
                      douradas, sinal seguro de espíritos elevados embora muito impregnados pela
                      materialidade  e  pela  praticidade,  porque  ambos  eram  consciências
                      encarregadas dos cuidados físicos com aqueles que os rodeavam.


                      E é claro, agora que Mahoo e Loop estavam ali com ele, travestidos em suas
                      formas humanas, tudo parecia mais vibrante e certamente mais divertido.

                      Olhava-os  se  movimentando  entre  os  outros  e  podia  perceber  pequenos
                      deslizes, como se fossem mínimas ranhuras nas fantasias humanas pelas quais
                      vazavam  vestígios  da  sua  índole  mais  verdadeira  e  pura.  Como  pequenas
                      pistas da sua natureza mais íntima que teimavam em se mostrar por baixo
                      das personalidades de Rosário e Hakan com as quais eles se apresentavam ao
                      mundo.

                      Cesar percebia coisinhas furtivas, vestígios das essências do puma e da raposa.
                      Pistas da sua verdadeira natureza que teimavam em ficar visíveis apenas para
                      ele que tinha olhos para vê-las. Às vezes na forma de uma pontinha de uma
                      cauda peluda a se insinuar por baixo das vestimentas e que era escondida tão
                      logo notada, ou um pedacinho de uma orelha que se erguia, atenta, por baixo
                      das cabeleiras, só para ser rapidamente disfarçada, ou a atenção dos olhares
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