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3. Na importância absoluta que se confere à própria alma.
Uma única coisa é urgente.
O socratismo é primeiramente sabedoria, pelo fato de levar a alma
a sério. Em segundo lugar, é ciência como temor e ódio da generalização
ilógica. Em terceiro lugar, uma singularidade devido à exigência que faz
de uma conduta consciente e logicamente correta. Desse modo ele
prejudica
a ciência e a vida ética.
Sócrates, simples confissão de minha parte, me é tão próximo que
estou em perpétuo combate com ele.
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1. Com que cores o mundo se mostra a esses gregos
primitivos?
2. Como se comportam com os não-filósofos?
3. É de sua personalidade que muitas coisas dependem:
adivinhá-la é o motivo de minha aplicação ao estudo de suas
doutrinas.
4. A ciência e a sabedoria em conflito nos primitivos gregos.
5. Lei derrogatória irônica: tudo é falso. Como o homem se
agarra a uma tábua de salvação.
Existe também uma maneira irônica e triste de contar esta história.
Quero a qualquer preço evitar o tom gravemente monótono.
Sócrates inverte o todo num momento em que a verdade se havia
aproximado do ponto máximo: isso é particularmente irônico.
Tudo descrever no pano de fundo mítico. Infinita insegurança e
aspecto ondulante deste. Aspira-se a algo mais seguro.
Só no local onde cai a luz do mito é que se aclara a vida dos gregos;
em outros locais, ela é obscura. Agora os filósofos se privam do mito; mas
como sobrevivem nessa obscuridade?