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SOBRE A PESQUISA
Toda pesquisa começa com uma pergunta, ou mais de
uma. “O que as crianças me ensinam?” e “O que eu
aprendo na escola como professora residente?” foram as
principais que me acompanharam na trajetória deste
trabalho.
Brandão (2006, p. 52) escreve que durante a pesquisa
“praticamos uma alternativa de criação de conhecimentos
humanos e sociais em que o diálogo e o reconhecimento
do outro, através daquilo em que ele nos é diferente,
ocupam sempre um lugar de destaque em nossas agendas
de princípios.”
Foi convivendo com as crianças, seja dando aula,
fotografando, conversando ou simplesmente observando,
que descobri quantos aprendizados valiosos e sutis
acontecem entre elas e entre nós. Isso me enriqueceu muito
na busca do ser professora.
Depois de passar por uma série de cursos formativos,
aproveitei mais essa oportunidade da residência docente
para praticar um olhar atento para educação. Além da
constante procura pela capacitação e aperfeiçoamento
das teorias, por aqui eu também vim buscar pelos saberes
mais humanos, construídos através do diálogo e do afeto.
Alves (2012, p. 33) diz que “a questão não é somar saberes,
mas subtrair saberes... para que possam ver coisas que
nunca viram. E é isso que importa. É assim que se inicia a
sabedoria” Minha descoberta se deu nas entrelinhas. O que
acontecia nos lugares, nos não-lugares dos olhares, dos
gestos, das falas e atitudes que normalmente não são
ouvidos ou vistos com a potencialidade que merecem.
No início da residência - o programa teve duração de um
ano, iniciado no mês de abril de 2019 - meu orientador