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O segredo da pesquisa talvez esteja em penetrar esse
simples, movimentar-se dentro dele, entre suas fissuras e
saliências. Esse simples e óbvio não nos encontra na
escrivaninha, protegidos entre o livro, atrás da tela do
computador. O óbvio nos encontra nas ruas, nas salas de
aula, nas rodas de conversa, sempre que estejamos
dispostos a um tipo de escuta (STRECK, 2006, p. 265).
Pesquisar implica a capacidade de escutar, um escutar
denso, intenso e (im)paciente (STRECK, 2006, p. 265). Foram
essas escutas que me fizeram entender os processos de
ensino, vivenciar as trocas e assim poder aprofundar o meu
lugar de educadora.
Foi uma prática intensa, que me oportunizou vivenciar o chão
da escola durante um ano, acompanhada de profissionais
mais experientes que me deram de presente parcerias,
aprendizados, ensinamentos e o principal, a eterna busca
pela prática reflexiva.
Traçando um paralelo e buscando semelhanças entre o meu
lugar de pesquisadora e o lugar das crianças como
educandas em sala de aula, procuramos ter participações
ativas, críticas e criativas.
Protagonizando a figura da pesquisadora e dos educandos,
encerro sugerindo uma similaridade desses personagens.
A confiabilidade de uma ciência não está tanto no rigor positivo de seu
pensamento, mas na contribuição de sua prática na procura coletiva
de conhecimentos que tornem o ser humano não apenas instruído e
mais sábio, mas igualmente mais justo, livre, crítico, criativo,
participativo, co-responsável e solidário (BRANDÃO, 2006, p. 24).