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272 | Nos Campos da Floresta 9 Capítulo 7: A boa vida está ao seu alcance! | 273
Capítulo 7: A boa vida está ao seu
alcance!
Neste capítulo iremos analisar a parte mais importante
da Hitbodedut: O exame de consciência, reconhecer as
transgressões cometidas e como se julgar de cada ação. Esta hora
da Hitbodedut representa a base fundamental da Emuná, e todo
aquele que pode cumprir com este hábito, deve agregar mais
meia hora por algum assunto específico. E assim alcançará uma
elevação sem limites, pois realizará sua missão em plenitude:
meia hora ou uma hora sobre um assunto específico e outra
meia hora de exame de consciência (auto-julgamento).
Por isso é necessário explicar como a pessoa deve conduzir
a sua primeira hora de Hitbodedut, o momento de auto-
julgamento. Antes de tudo, vamos explicar a importância deste
auto-julgamento.
Os vinte quatro Tribunais Celestiais
Existem vinte quatro tribunais no Céu que representam cada
hora do dia, a cada hora do dia um destes Tribunais inicia
uma série de juízos sobre o homem de acordo com suas ações.
Quando suas ações são positivas, ele é julgado favoravelmente,
se está alegre, chegam a ele bênçãos e paz. Caso contrário, se não
são boas, ele é julgado desfavoravelmente e consequentemente,
sente tristeza, abatimento, sofrimentos e obstáculos. Como
disseram nossos sábios (Tratado de Eduiot): “Tuas ações te
aproximarão e tuas ações te afastarão.”
E, apesar de que o julgamento principal de cada pessoa
é realizado em Rosh Hashaná, o primeiro dia do novo ano
judaico, aí vão ser julgados somente assuntos gerais: Se irá viver
ou morrer, como terá o sustento, quanto ganhará, etc. E o que
irá acontecer com a pessoa para o bem ou para o mal? Vai
depender unicamente do julgamento que é feito diariamente e
nessa hora, tudo de acordo com suas ações.
Este assunto é melhor compreendido através da seguinte
história:
O Baal Shem Tov, o grande Justo, encontrou com um ancião
que trabalhava como carregador de água. Quando o Justo lhe
perguntou como ia a sua vida, ele respondeu com alegria que
tudo estava bem e que agradecia o tempo todo ao Criador,
que dava forças para ele continuar ganhando seu sustento com
honra.
A segunda vez que o Baal Shem Tov encontrou esta mesma
pessoa, seu rosto estava triste e apagado. Quando o Baal Shem
Tov lhe perguntou como ele estava, começou a chorar e reclamar
de seu destino tão amargo, pelo fato de ter que trabalhar tão
duro em sua velhice.
O Baal Shem Tov se surpreendeu com a mudança de estado
de espírito daquele homem, pensou um pouco e disse: “Acabo
de entender a resposta de uma pergunta que tinha sobre o
tratado de Rosh Hashana. Lá a Mishna diz que a pessoa é julgada
todos os dias a cada hora. E eu me perguntava: Se a pessoa é
julgada em Rosh Hashaná e neste dia é decretado tudo o que vai
acontecer com ela a cada dia do ano, então, não é preciso fazer
uma autoanálise diariamente de suas ações?”
O Baal Shem Tov disse que a mudança de humor deste homem
respondeu a sua pergunta. Mesmo que em Rosh Hashana se
julga a pessoa e se decide em que ela trabalhará, quanto dinheiro
ganhará ou outras coisas similares, não estabelece como receberá
o dinheiro. Pode recebê-lo de maneira agradável ou com um
pesar e isto é o que acontece a cada dia e hora de acordo com
as ações da pessoa, naquele momento.
O ancião havia sido julgado em Rosh Hashaná e foi decretado
que ele trabalhasse como um entregador de água. Porém, como
ele aceitará este trabalho, com alegria e amor, ou amargura e
frustração, isso se determinava de acordo com o julgamento
de cada dia e de cada hora. Se seu juízo era favorável, ele era