Page 33 - O Cavaleiro da Dinamarca
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De facto, seguindo esses rastos, depressa chegou à pequena aldeia dos
lenhadores.
Todas as portas se abriram, e os homens da floresta reconheceram o
Cavaleiro que rodearam com grandes saudações. Este penetrou na cabana
maior e sentou-se ao pé do lume enquanto os moradores lhe serviram pão
com mel e leite quente.
— Já pensávamos que não voltasses mais — disse um velho de grandes
barbas —.
— Demorei mais do que queria — respondeu o peregrino —. Mas
graças a Deus cheguei a tempo. Hoje antes da meia-noite estarei em minha
casa.
— É tarde — disse o velho — o dia já escureceu, vai nevar e de noite
não poderás caminhar.
— Nasci na floresta — respondeu o peregrino — conheço bem todos
os seus atalhos. Seguindo ao longo do rio não me posso perder.
— A floresta é grande e na escuridão ninguém a conhece. Fica
connosco e dorme esta noite na minha cabana. Amanhã, ao romper do dia,
seguirás o teu caminho.
— Não posso — tornou o Cavaleiro —, prometi que estaria hoje em
minha casa.
— A floresta está cheia de lobos esfomeados. Que farás tu se uma
matilha te assaltar?
Mas o Cavaleiro sorriu e respondeu:
— Não sabes que na noite de Natal as feras não atacam o homem?
E tendo dito isto levantou-se, despediu-se dos lenhadores, montou a