Page 54 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Oito anos atrás.

                  A  maior  parte  das  pessoas  se  contenta  em  passar  pela  vida  feito
                sonâmbula. Ele olha ao redor todos os dias e vê seus rostos, seus traços são

                um  borrão  de  desespero  e  tristeza.  Um  bando  de  ninguéns.  Pessoas  que
                apenas… ficam à deriva pela vida que o bom Deus deu a elas. Nem sequer

                olham.  Nem  sequer  vivem.  Apenas  deslizam  de  um  dia  para  o  outro,
                ignorantes do mundo ao redor delas.

                  Atravessam a mesma rotina todos os dias: acordam. Vão para um emprego
                de  merda.  Voltam  para  casa.  Utilizam-se  de  drogas  para  aliviar  a  dor.

                Repetem  tudo  mais  uma  vez,  com  leves  variações,  dependendo  de  suas
                personalidades. Talvez façam uma parada ao final do dia para tomar alguma
                bebida.  Talvez  vão  para  aquele  encontro  com  a  secretária  na  hora  do

                almoço. Tanto faz. Mas tudo acaba da mesma maneira: deitados na cama,
                desejando  que  o  sono  venha,  e  percebendo,  com  uma  sensação

                estranguladora, que amanhã será exatamente a mesma coisa – de que isso é
                a vida.

                  E  o  pior  é  que  aceitam  isso.  Sabem  que  estão  vendo  suas  vidas  sendo
                drenadas, como a água pelo ralo do banheiro. Mas são covardes. Eles não

                fazem nada a respeito. Eles… continuam.
                  Eles se acomodam.
                  Isso o deixa doente.

                  Mas ali há um homem que está mais acordado do que qualquer um que
                Larks  já  conheceu.  Um  homem  cujos  olhos  estão  bem  abertos  para  o

                mundo, bem abertos para as possibilidades ao seu redor.
                  Wilson Fisk.

                  Assim que Larks conheceu Fisk, instantaneamente soube que aquele era o
                homem para quem entregaria toda sua lealdade. Que aquele era o homem

                que faria o nome de Larks significar alguma coisa.
                  Larks  acredita  nisso  com  a  mesma  crença  que  uma  dona  de  casa  de
                Louisiana tem de que os curandeiros ambulantes, com suas grandes tendas e
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