Page 49 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Matt ouve o categute se esticar. Em seguida, um assobio e um estampido

                alto.
                  Matt aguarda.
                  – E então? – diz Stick.

                  – E então o quê? Você disparou a flecha. E pelo que sei ela pode até estar
                grudada no teto.

                  – Não dê uma de espertinho. Você sabe exatamente em qual direção ela
                foi.

                  Matt  vai  até  a  parede.  Ele  tateia  ao  redor  da  área  onde  ele  sabe  que  a
                flecha  atingiu.  Há  um  alvo  ali  com  uma  pequena  depressão  no  meio.  A

                flecha está enfiada exatamente no meio.
                  Ele a arranca e toca a ponta. Morna. Significa que não foi colocada ali
                antes. Não que ele esperasse que Stick fosse enganá-lo, mas nunca se sabe.

                  – Sua vez – diz Stick.
                  Matt pega o arco e flecha. É mais leve do que esperava – e mais difícil de

                controlar.  Ele  puxa  a  corda  do  arco,  sentindo  seus  músculos  tremerem
                enquanto tenta segurar firme.

                  – Não é o suficiente. – Stick bate em seu ombro. Matt tenta puxar a corda
                ainda mais para trás. Os músculos de seu ombro reclamam.

                  – Agora segure.
                  – Por quê? – pergunta por entre os dentes apertados.
                  – Porque você primeiro precisa aprender a controlar. Você sempre precisa

                aprender  primeiro  a  ter  controle.  De  qualquer  coisa.  Lembre-se  disso,
                garoto.

                  Matt aguenta firme. Seus músculos berram. O suor encharca sua testa.
                  – Por quanto tempo?

                  Nenhuma resposta.
                  Então, depois de mais um minuto inteiro.

                  – Agora.
                  Matt  solta,  com  um  suspiro  de  alívio.  O  cordão  dolorosamente  raspa  a
                parte de dentro de seu antebraço, esfolando a pele. A flecha atinge a parede

                e ricocheteia, atravessando uma janela.
                  – Nada bom. Vá de novo.
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