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HISTÓRIA DO GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA 15.5
AUTOPROPULSIONADO
Pelo Tenente-Coronel de Artilharia Nelson José Mendes Rêgo
Comandante do Grupo de Artilharia de Campanha 15.5 Autopropulsionado
A
pós 13 anos de participação no conflito ultramarino em África e concretizada a
independência dos territórios ultramarinos portugueses nesse Continente, foi
possível retomar o empenhamento nos compromissos internacionais de
Portugal com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), e, dentro da
organização, na defesa dos interesses nacionais. Desde 1960 que já havia a intenção de
substituir a 3ª Divisão por outro tipo de Grande Unidade (GU), mais adaptado às
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realidades estratégicas e militares da Guerra Fria e às caraterísticas do Teatro de
Operações (TO) do Continente Europeu dessa época. Contudo, o eclodir da Guerra
Colonial no território ultramarino de Angola em 1961, e posteriormente na Guiné-Bissau
em 1963, e em Moçambique em 1964, apresentou outras necessidades operacionais ao
Exército Português (EP), nomeadamente numa topologia de guerra assimétrica não
convencional, impedindo desse modo o concretizar dessa GU. Essas condições só viriam a
reunir com o final do conflito ultramarino, e a criação da Brigada Mista só se viria a
concretizar por Despacho de 9 de fevereiro de 1976, do Chefe do Estado-Maior do
Exército, que determinou a constituição urgente de um comando de Brigada. A 5 de abril
desse ano a unidade passa a ser designada por 1ª Brigada Mista Independente (1ª BMI),
constituindo-se como uma GU, que integra elementos de manobra, de apoio de combate e
de apoio de serviços, além dos indispensáveis meios de comando e controlo, constituindo-
se ainda como reserva estratégica regional do Comando Sul da Europa [Allied Forces
Southern Europe (AFSOUTH)] (Ramalho, 1999, p. 109).
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1 Em 1953 foi criada a 1ª Divisão do Corpo Expedicionário Português, sendo a 3 de outubro desse ano içada
pela primeira vez a Bandeira Nacional no aquartelamento em Santa Margarida, tendo a Divisão adotado
como patrono D. Nuno Álvares Pereira, ficando a Unidade conhecida pela designação do seu Patrono. Em
dezembro de 1954, tendo em vista a atribuição da mobilização do núcleo principal à 3ª Região Militar, para
as unidades estarem mais próximas de Santa Margarida, a designação passou a ser de 3ª Divisão. É em 1957
que o Quartel-General da 3ª Divisão se fixa definitivamente e é também a partir deste ano que tiveram lugar
os primeiros exercícios combinados, com forças militares da ex-RFA e dos EUA (Brigada Mecanizada, 2017,
p. 82).
2 Em 2004, no contexto da reorganização da NATO, o AFSOUTH foi reestruturado e deu lugar ao Joint Force
Command (JFC) Naples (JFC Naples, 2020).