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INTERNACIONAL
zaram a EU, com seu recorde de exportações à custa dos outros, sua rigorosa
austeridade e a busca imprudente por dominação;
• a economia alemã é, em grau excepcionalmente alto, dependente da expor-
tação de bens. Voltada para a exportação, destruiu indústrias de seus vizi-
nhos europeus, aumentando o desemprego e dívidas a níveis gigantescos.
Agora isso está se voltando contra a própria Alemanha, com oportunidades
de venda declinantes, processos de desintegração crescentes dentro da UE
e sustentação de movimentos chauvinistas pela classe dominante de países
vizinhos, que são empurrados contra a parede;
• a orientação unilateral da economia alemã agora sofrerá retaliação. A inten-
sificação comercial e a guerra de sanções declarada pelos EUA, em conexão
com o início de uma crise econômica, começam a atingir a economia alemã
com força, especialmente a indústria automobilística. A classe trabalhadora
está enfrentando uma nova onda de demissões em massa e uma tentativa
da classe dominante de transferir o ônus desse declínio para os trabalha-
dores, cortando salários e benefícios sociais. Principalmente em razão das
grandes mudanças nas indústrias automobilística e energética (por exemplo,
a eliminação progressiva do lignito), o risco de milhares de empresas falirem
aumentou enormemente;
• um aspecto essencial da estratégia do imperialismo alemão é a deliberada
integração às políticas da Otan e à política de guerra do imperialismo esta-
dunidense. Refletindo o seu significativo espaço econômico, o imperialismo
alemão se esforça por obter maior influência na aliança militar da Otan e se
empenha pela militarização da UE. Apesar do seu intensificado desenvol-
vimento militar, o capital monopolista alemão continua no encalço do im-
perialismo estadunidense, para fazer avançar seus interesses expansionistas
em escala global.
Observamos os seguintes acontecimentos europeus, no contexto do desenvol-
Revista Princípios nº 159 JUL.–OUT./2020 sistema imperialista global. Sua classe dominante está se esforçando para
vimento global:
• os EUA continuam sendo a maior potência econômica, política e militar do
impedir o declínio do imperialismo estadunidense como poder hegemônico
em uma ordem global unipolar. Daí a estratégia de contenção da República
Popular da China, da Federação Russa e de outros países que buscam um
desenvolvimento autodeterminado e resistente aos ditames dos estados im-
perialistas. Guerras, sanções, sabotagem, cercos militares, ameaças de inter-
a aliança militar da Otan liderada pelos EUA representam o principal perigo
342 venção e de guerra são todos elementos dessa estratégia agressiva. Os EUA e