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JORNAL CMEI MARIA DE FATIMA
DATA31/07/2020 NÚMERO DA EDIÇÃO 01
MELO DOS SANTOS

Acolhimento das manifestações infantis

[...] “É a certeza de que o cotidiano é não pertenciam a cadeia dos insetos, mas, tom mais leve ao trabalho que estamos
importante, de que a vida passa onde nos passaram a compor as narrativas das crianças desenvolvendo. Manter os laços afetivos entre
encontramos, aqui e agora” (STACCIOLLI, 2013, tornou o momento bem mais divertido pelo as crianças, as famílias e as escolas tem a
p. 05), assim, precisamos ESCUTAR o que as simples fato, que conhecer ao outro e a nós pretenção na verdade, de tentar suavizar a vida.
crianças já sabem e o que querem nos dizer. O mesmos faz parte da vida e propõe grandes Suavizar a vida para todos nós, apesar dos
sentido de acolhimento para nós professores reflexões. Conhecer mais um pouco o que inúmeros limites impostos a estas relações.
passa a ser uma metodologia de trabalho. ocorre nas casas e nas famílias. Logo, “Crianças estão permanentemente falando e se
Penso que sempre foi mas, neste momento de respeitar os direitos de aprendizagem das expressando, através de inúmeros sentimentos,
nossas vidas é ainda mais importante. Não há crianças – conviver, brincar, explorar, percepções, emoções, momentos, pensamentos,
contradição entre acolhimento e ação participar, expressar, conhecer-se, mesmo sem consciência. Escutar e observá-las
educativa (p.29). O acolhimento é um método compreendendo-os como, os modos como torna-se pauta e necessidade para compreender
de trabalho complexo, um modo de ser do as crianças aprendem e apreendem o mundo suas mensagens”(FRIEDMANN, 2020, p.93).
adulto, uma ideia chave no processo educativo. tem sido uma grande preocupação em As narrativas e os enredos infantis passam a ser
Acolher ao inusitado proposto pelas crianças tempos tão difíceis. Assim, a escuta se os fios condutores que ajudam a costurar essa
que ocorreu desde o som produzido pelo grilo torna um imprescindível instrumento trama -conjunto de fios- que de algum modo
CRI!CRI!CRI! aos envios de outros animais que metodológico, no sentido de dar um tom tenta se organizar.

Uma formiguinha aparece...

Dafne envia seu registro e diz:

— Oi tia Lúcia, boa tarde, tudo bem?
— Eu achei uma formiguinha!

Pedi a Dafne que descrevesse como era a formiguinha:

— A formiguinha tem 7 perninhas e duas anteninhas, come de tudo
e é pretinha!

Incentivei Dafne a procurar outros insetos e se quisesse poderia
enviar ao grupo.
Ela disse:
Imagem 21: Detetive Dafni - Formiguinha
— Tá certo tia Lúcia se eu achar eu coloco aqui!

Outros acolhimentos...

João Felipe diz:

— Eu encontrei esses dois bichos!

— O nome deles é traças!

Resolvi perguntar (professora Lúcia):

— João Felipe o que você pode me dizer sobre
esses insetos?

Logo percebo que João Felipe saiu da conversa. Imagem 22: Detetive João Felipe - Traça

“As crianças são os ouvintes mais extraordinários

de todos; elas codoficam e decodificam,

interpretando dados com incrível criatividade: as

crianças “ouvem” a vida em todas as suas facetas”

(RINALDI, 2017 , p.212).

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