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JORNAL CMEI MARIA DE FATIMA
DATA31/07/2020 NÚMERO DA EDIÇÃO 01
MELO DOS SANTOS
NA CASA DA TIA LÚCIA TAMBÉM TEM INSETOS?
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Descobrir que na casa da professora também existiam outros moradores foi muito engraçado. Não imaginava que esta informação pudesse causar
tanto alvoroço e espanto. Na verdade a aranha registrada na Imagem 13 foi comparada a vários outros insetos menos, somente uma aranha. Parecia
um escorpião, uma aranha escorpião, coisa estranha, entre outros nomes e sentidos. As crianças ainda perceberam que ela tinha uma roupa verde.
Fato que nem eu havia percebido. Minha decisão em registrar a aranha se deu por Valentina perguntar se na minha casa não existia nenhum bichinho.
Quando esta estranha criatura apareceu decidi fotografar e enviar ao grupo das crianças. Da mesma forma ocorreu com o besouro bicudão, como
Ana Clara o chamou que acabou por roubar a cena.
Continuamos conversando sobre a teia que as aranhas produzem e como são
resistentes, mas o envio do besouro chamou a atenção das crianças. O bicudão foi alvo
de muita brincadeira e gargalhada, mas foi deixado de lado quando Júlio César resolveu
enviar outra aranha, mas desta vez com outra coloração.
Júlio junto com a mãe disse:
— Essa aranha estava no muro perto da janela. Ela tem seis perninhas.
Após descrever a aranha a criança passou a enviar beijos para todos os coleguinhas e
disse que estava com muita saudade.
Já era possível perceber que as crianças já estavam se distanciando da proposta.
A investigação havia oportunizado que as crianças conhecessem um mais sobre suas
Imagem 15: Detetive Lúcia – Aranha estranha. casas e a potência que elas podem nos oferecer. Os medos também foram narrados e
dentro das possibilidades de cada criança e a partir de suas hipóteses e de suas famílias
construiram teorias que passaram a ser problematizadas. Juntos percebemos melhor
como as crianças se comportam com propostas relacionadas a natureza, uma vez que,
há um amplo e consistente conjunto de evidências científicas que apontam para os
beneficios deste tipo de experiência no desenvolvimento integral das crianças. Devido
ao confinamento provocado pela Covid 19 provocar situações inusitadas de
aprendizagem com as crianças a partir de uma escuta atenta e sensível aos movimentos
que surgem através das narrativas tem sido algo muito importante, uma vez que,
estamos distantes, mas, buscando dentro das possibilidades amenizar a ansiedade e
saudade entre as crianças fortalecendo os vínculos entre elas e a escola.
Quem sabe se pudessemos estar mais próximos essa investigação alcançaria outra
dimensão capaz de ampliar ainda mais o conhecimento de mundo existente com as
crianças, no entanto, em respeito ao esforço de todos nós, crianças, famílias e
profissionais da educação existe a necessidade de uma escuta atenta as intercorrências
durante as interações infantis. Ou talvez não, pois nem tudo que planejamos ou
almejamos dá certo ou necessariamene gera um produto palpável.
Imagem 16: Detetive Júlio César – Aranha.
O bicudão gosta muito do meu jardim.
As vezes se perde caminhando e acaba
por passear dentro de casa.
Não incomoda niguém, mas pareceu
que a formiga não observou o tamanho
deste outro morador da minha casa e
se esforçou para levá-lo para outro
lugar.
Quem sabe tinha a pretensão de ser
um bom almoço!
O brincar é a linguagem das crianças.
Elas são naturalmente criativas e
insuperáveis na arte de imaginar coisas
que não existem.
“O tempo junto, em família, no
contexto da pandemia Covid-19, pode
ser uma boa oportunidade para que as
crianças olhem para dentro de si,
reconheçam o que as move e brinquem
sozinhas. Isso também é contato com a
natureza, com a nossa própria
natureza” (CRIANÇA E NATUREZA,
2020).
Imagem 17: Detetive Lúcia – Besouro de jardim e uma formiga.
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