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A Gripe Russa é uma das maiores e mais notáveis epidemias do vírus Influenza
                  que ocorreram na história, além de ser também a primeira epidemia da qual se tem

                  registros mais precisos, com um trabalho estatístico mais sólido e concreto, tudo isso
                  graças  às  recentes  evoluções  científicas  pelas  quais  a  Europa  passava  naquele

                  período.

                         Estudos apontam que a pandemia teve seu primeiro epicentro na cidade de
                  Bukhara, no Uzbequistão, à época, parte do sul do Império Russo. Com a, à época,

                  recente  construção  da  ferrovia  Transiberiana,  o  fluxo  de  pessoas  dentre  àquela  e
                  outras regiões do império fez que a doença se espalhasse rapidamente; desta forma,

                  a doença chegou à capital da Rússia imperial, São Petersburgo.

                  Com a chegada do vírus da Influenza a um dos principais centros econômicos da
                  Europa  na  época,  não  demorou  muito  para  que  a  pandemia  se  desenvolvesse

                  rapidamente, se espalhando inicialmente para o resto da Europa e para a Ásia; em
                  apenas quatro meses, o vírus se espalhou para os Estados Unidos, possibilitando,

                  assim, que se espalhasse por toda a América.

                         A rapidez com que o vírus Influenza se espalhou demonstrou ao mundo do que
                  uma pandemia  deste tipo de  vírus  é  capaz.  A  estatística, portanto, teve  um  papel

                  grandioso nesta pandemia, sendo a primeira vez na história que tal área da ciência
                  teve um papel relevante e foi devidamente utilizada. No geral, grande parte dos países

                  europeus  realizaram  algumas  pesquisas  dentre  os  médicos  de  suas  províncias  e
                  cidades,  sendo  que  as  respostas à  estas  pesquisas não eram  obrigatórias, o  que

                  acabou por causar um certo desfalque nas informações disponíveis.

                         Dentre os estudos europeus, temos o alemão e o suíço como sendo os mais
                  notáveis; ambos são formados com uma estrutura como a citada acima, ou seja, com

                  base nos dados coletados através de uma pesquisa facultativa feita dentre os médicos
                  de cada região pesquisada.

                         O estudo suíço gerou dados que foram condensados por Friedrich Schmid, cuja
                  obra intitulada “Die Influenza in der Schweiz in den Jahren 1889-1894” (“A Influenza

                  na Suíça nos anos de 1889-1894”, em tradução livre) compilou dados obtidos sobre a

                  pandemia da Gripe Russa na nação alpina durante cinco anos.










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