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minimizaram a taxa de mortalidade. No entanto, a Espanha, que não participou da
guerra, tinha sua imprensa livre para falar sobre a doença.
Não se sabe onde se originou, mas a Gripe Espanhola começou com uma
mutação no vírus da gripe, que passou de aves para os seres humanos. Existe a
especulação de que a praga surgiu primeiramente no Canadá, mais especificamente
em vagões que carregavam trabalhadores chineses, aonde uma doença respiratória,
que já havia feito um estrago no norte da China, em 1916, ainda estava circulando.
Aquele povo apenas estava nesse outro país estrangeiro pois foram mandados para
o lugar pela própria China, que tinha uma estratégia econômica relacionada a uma
invasão japonesa que ocorreu naquela época. O país asiático estava neutro na
Primeira Guerra Mundial, mas mesmo não tendo enviado tropas para os frontes, ele
estava colaborando ao mandar pessoas para trabalhar no combate, cavando
trincheiras, movendo munição, entre outras tarefas. Seu objetivo era conseguir
reconquistar a parte do seu território que foi “roubada” pelos japoneses, em uma futura
convenção pós-guerra, que iria dividir as terras para os aliados dos países
vencedores. Em um mundo recém globalizado, esses trabalhadores eram deixados
em portos, onde eles seriam espalhados, junto com a doença, para os países
europeus. Cerca de 3000 dessas pessoas chegaram à América do Norte com dor de
cabeça e calafrios, e foram colocados em quarentena, e o restante foi direto para
França.
Os primeiros casos documentados foram registrados nos Estados Unidos no
Fort Riley, uma instalação militar do Kansas. Albert Gitchell foi a primeira vítima da
doença, o qual foi internado, com sintomas de gripe, na enfermaria de Fort Riley, em
11 de março de 1918. Nas semanas seguintes, mais de 1100 outros soldados desse
local foram internados com os mesmos sintomas. Essa doença fez o Kansas ficar
lotado de pessoas com sintomas de uma “gripe comum”, que se agrava a cada dia
nos contagiados, que antes de terem os sintomas iniciais espalharam o vírus nas suas
despedidas com as suas famílias, para que eles pudessem ir as bases de treinamento
e em seguida à guerra. Como surtos nas bases militares era algo “normal “, devido a
inexistência de antibióticos, os médicos não se preocuparam de imediato com o
número de infectados, fazendo com que até o final do mês, 24 das 36 maiores bases
dos Estados Unidos e mais 30 cidades já tinham casos confirmados.
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