Page 24 - ARqUEOlOGiA NO PElOURiNhO
P. 24
o projeto pela equipe de historiadores, a partir de extenso e detalhado levantamento foi realizado pela
fontes primárias e secundárias. Teve como enfoque equipe de arquitetos do projeto e está parcialmente
predominante a formação e a evolução da Cidade do retratado na quarta parte do livro, que trata do
Salvador, desde seu primeiro assentamento urbano diálogo com a Arquitetura a partir dos capítulos IX e X,
(núcleo primitivo) ao arranjamento urbano atual, respectivamente, As fachadas do Pelourinho e O ladrilho
passando por aspectos bastante pontuais, quando os hidráulico no Centro Histórico de Salvador. Chamamos
resultados das escavações assim recomendavam. Seus a atenção para a excelência dos registros gráficos
resultados percorrem todos os capítulos do livro, mas o realizados, objetivo que perseguimos durante todo
levantamento propriamente dito é tratado na parte 02, o projeto.
que traz a visão histórica do projeto. Nela destacamos o
A coleção de artefatos móveis coletados é
capítulo II: Pesquisa histórica e Arqueologia. O PROJETO PELOURINHO DE ARQUEOLOGIA
bastante diversificada e numerosa,
Em vários momentos do trabalho, a equipe de contabilizando cerca de 400 mil
historiadores precisou se debruçar sobre questões peças – a maioria do material
específicas e de especial interesse para responder a vem dos aterros pesquisados. E
questões que surgiram no decorrer das pesquisas. Os foi dividida em nove subcoleções,
principais exemplos estão explicitados no capítulo III, baseadas nos tipos de material:
De olho no cortiço! Moradia e controle social no século XIX; cerâmico, lítico (pedra), ósseo,
capítulo IV, Desce esgoto. Os canos reais e outros canos malacológico (conchas),
do Centro Histórico de Salvador; capítulo XV, O resgate de vítreo (vidro), metálico,
uma história: a Capela de Nossa Senhora de Guadalupe;
de madeira e plástico. A
capítulo XVII, Compra-se aterro! Um novo olhar sobre o
nona subcoleção é a dos
Centro Histórico de Salvador.
materiais construtivos, que
Do ponto de vista do superartefato arquitetônico, foram agrupados dentro de
adotou-se como procedimento padrão a caracterização uma única coleção e não
dos imóveis do projeto no contexto do conjunto urbano estão separados por matéria-
que, nesse sentido, foi realizada a partir da observação, prima. A coleção cerâmica, a
descrição e avaliação dos elementos e técnicas mais significativa, contabiliza
construtivas utilizados. Também foram observados cerca de 250 mil peças, sendo
o partido arquitetônico e a disposição do espaço as mais antigas atribuídas aos
construído, bem como as intervenções ocorridas ou indígenas que viveram na área Cerâmica não
provocadas ao longo do tempo. Todos esses aspectos antes da chegada dos colonizadores. vidrada.
foram entendidos como testemunhos históricos e A coleção de artefatos culturais móveis
culturais, buscando-se compreender o desenvolvimento é objeto do capítulo XVI do livro, Um 25
da cidade e a sociedade na qual se produziram. Esse passado através do lixo.
Programa monumenta – IPhan