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o projeto pela equipe de historiadores, a partir de   extenso e detalhado levantamento foi realizado pela
            fontes primárias e secundárias.  Teve como enfoque   equipe de arquitetos do projeto e está parcialmente
            predominante a formação e a evolução da Cidade do   retratado  na quarta  parte  do  livro,  que  trata  do
            Salvador,  desde  seu  primeiro  assentamento  urbano   diálogo com a Arquitetura a partir dos capítulos IX e X,
            (núcleo primitivo) ao arranjamento urbano atual,   respectivamente, As fachadas do Pelourinho e O ladrilho
            passando por aspectos bastante pontuais, quando os   hidráulico no Centro Histórico de Salvador. Chamamos
            resultados das escavações assim recomendavam. Seus   a atenção para a excelência dos registros gráficos
            resultados percorrem todos os capítulos do livro, mas o   realizados, objetivo que perseguimos durante todo
            levantamento propriamente dito é tratado na parte 02,   o projeto.
            que traz a visão histórica do projeto. Nela destacamos o
                                                             A coleção de artefatos móveis coletados é
            capítulo II: Pesquisa histórica e Arqueologia.                                                                      O PROJETO PELOURINHO DE ARQUEOLOGIA
                                                             bastante diversificada e numerosa,
            Em vários momentos do trabalho, a equipe de      contabilizando cerca de 400 mil
            historiadores precisou se debruçar sobre questões   peças – a maioria do material
            específicas e de especial interesse para responder a   vem dos aterros pesquisados. E
            questões que surgiram no decorrer das pesquisas. Os   foi dividida em nove subcoleções,
            principais exemplos estão explicitados no capítulo III,   baseadas  nos tipos de  material:
            De olho no cortiço! Moradia e controle social no século XIX;   cerâmico, lítico (pedra), ósseo,
            capítulo IV,  Desce esgoto. Os canos reais e outros canos   malacológico  (conchas),
            do Centro Histórico de Salvador; capítulo XV, O resgate de   vítreo  (vidro),  metálico,
            uma história: a Capela de Nossa Senhora de Guadalupe;
                                                             de madeira e plástico. A
            capítulo XVII,  Compra-se aterro! Um novo olhar sobre o
                                                             nona subcoleção é a dos
            Centro Histórico de Salvador.
                                                             materiais construtivos, que
            Do ponto  de vista do  superartefato arquitetônico,   foram agrupados dentro de
            adotou-se como procedimento padrão a caracterização   uma  única coleção  e  não
            dos imóveis do projeto no contexto do conjunto urbano   estão separados por matéria-
            que, nesse sentido, foi realizada a partir da observação,   prima. A coleção cerâmica, a
            descrição e avaliação dos elementos e técnicas   mais significativa, contabiliza
            construtivas utilizados.  Também foram observados   cerca de 250 mil peças, sendo
            o partido arquitetônico e a disposição do espaço   as mais antigas atribuídas aos
            construído, bem como  as intervenções ocorridas ou   indígenas  que viveram  na área                   Cerâmica não
            provocadas ao longo do tempo. Todos esses aspectos   antes da chegada dos colonizadores.               vidrada.
            foram entendidos como testemunhos históricos e   A coleção de artefatos culturais móveis
            culturais, buscando-se compreender o desenvolvimento   é objeto do capítulo XVI do livro,  Um                    25
            da cidade e a sociedade na qual se produziram. Esse   passado através do lixo.





            Programa monumenta – IPhan
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