Page 68 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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Marta, Noah, Lívia e outros pesquisadores estavam atentos. No centro da mesa, so-
    bre um tecido azul, repousava a pequena escultura de coral — silenciosa, mas carre-
    gada de significado.


           — Precisamos agir com mais inteligência — disse Helena, com a voz firme,
    como uma âncora em meio à maré de incertezas. — Se querem esconder os danos,
    então nós mostraremos ao mundo o que está acontecendo. Mas com provas. Com
    verdade. E com coragem.


           Ela ligou o projetor e as imagens dos últimos sensores danificados aparece-
    ram no visor holográfico. Sobre elas, Helena sobrepôs as fotos antigas e o mapa com
    as anotações manuscritas.


           — Existe uma conexão entre os recifes que sumiram e esse artefato — expli-
    cou. — Segundo antigos relatos de pescadores da região, há uma lenda... esquecida

    até pelos mais velhos. Eles falavam de um “Coração do Mar” — um recife sagrado
    que pulsava com vida. Quem o ferisse, traria desequilíbrio não só ao mar, mas ao
    mundo.


           Os olhos de todos estavam vidrados.


           — E esse objeto? — perguntou Takashi, apontando para a escultura. — Foi
    encontrado ali, enterrado sob camadas de coral morto, como se guardasse algo... ou
    advertisse. Alguns acreditavam que ele era uma chave. Outros, um lembrete.


           Lívia engoliu em seco. O artefato parecia emitir uma vibração leve, quase
    imperceptível, como se sua presença ali incomodasse o próprio tempo.


           — E se for mais do que uma lenda? — murmurou ela.
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