Page 20 - Cinema Português
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Tobis Portuguesa
Klangfilm”, e em 3 de Junho do mesmo ano é constituída a “Companhia Portuguesa de Filmes Sonoros Tobis
Klangfilm” com um capital de 1.000.000$00, com sede na Av. da Liberdade, n.º 141, 1.º andar, em Lisboa.
O Estado deu também uma ajuda - Decreto-Lei n.º 22.966 publicado no “Diário do Governo” de 14 de
Agosto - isentando, durante cinco anos, a “Tobis Portuguesa” do pagamento das contribuições predial e
industrial bem assim como dos direitos de importação de maquinismos, aparelhos e materiais necessários ao
estabelecimento da sua indústria. O artigo 3.º do referido decreto, que obrigava «os importadores de filmes
sonoros estrangeiros a adquirir, para exibição em Portugal, filmes sonoros portugueses na metragem que for
anualmente fixada pelo Governo, em harmonia com as condições da produção nacional», não teve, porém, a
desejada aplicação.
O cinema português preparava-se para percorrer uma nova etapa. Acentue-se que para isso -
sobretudo para a criação de um clima de entusiasmo que levou à construção dos estúdios da Tobis - muito
contribuíram o próprio entusiasmo e a acção de Leitão de Barros.
Em Julho de 1932 é comprada a “Quinta das Conchas”, no Lumiar, com todas as dependências e
edificações e todo o material eléctrico e cinematográfico nela existente. Este será o local onde se edificará o
“Estúdio da Tobis”. Os ante-projectos da primeira série de construções da Tobis são da autoria do arquitecto
Cottinelli Telmo e do técnico francês A. Richard. Em 19 de Dezembro do mesmo ano, o construtor Diamantino
Tojal inicia os trabalhos de construção do “Estúdio da Tobis”, da autoria do arquitecto Jorge Segurado
O edifício do Estúdio, estruturado num grande vão de 34 x 19 m, compreendia o fosso cénico, as salas
de adereço cenográfico, os camarins de actores e dependências dos serviços de apoio, bem como uma
imponente teia suspensa em asnas metálicas a perfazer uma galeria de luz.
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