Page 5 - Jose Morais Autobiography Book 1
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BREVES PALAVRAS INTRODUTÓRIAS
Esta é uma biografia em discurso direto da minha vida, dispersa entre a diáspora e
Portugal, o país que me viu nascer.
Em nenhum dos momentos que compõem esta narrativa existencial se deve ler ou
antever qualquer resquício de vaidade ou desejo de registar feitos relevantes,
dignos de alguém que julga ser mais do que os outros.
Se algum sucesso existe nesta narração, o mesmo deve ser interpretado como
fruto de muito trabalho, partilha familiar, algum sofrimento, motivação elevada e
vontade de tornar realidade sonhos que me acompanharam uma vida inteira.
A imortalidade desejo-a, sim, no presente e no futuro das gerações vindouras,
espelhadas nas filhas que Deus me deu, nos netos e netas que tive a alegria de
abraçar e beijar no primeiro minuto das suas vidas e nos bisnetos que virão.
É para os familiares e amigos que me têm acompanhado, num percurso por vezes
árduo e íngreme, que dirijo estas linhas que registam o meu passado e o meu
presente, numa atitude de reconhecimento e de agradecimento a todas as
pessoas com quem me tenho cruzado na vida e que tanto me têm ajudado e que
tanto me têm ensinado.
Uma biografia, neste momento, sim, porque o meu maior desejo é deixar na
memória dos meus netos e bisnetos os tempos que já passaram, os antepassados
que já nos deixaram, o trabalho por todos realizado para que, hoje e no futuro, os
nossos descendentes tenham condições de sonhar alto e de se orgulharem da
sua família.
Move-me, portanto, acima de tudo, mostrar aos mais novos que o trabalho
compensa, que a honra e a palavra dada são valores insubstituíveis, que a
solidariedade e a partilha devem nortear a nossa existência para que todos à
nossa volta possam ser felizes e possam ter as oportunidades que bem merecem.
Tenho consciência de que muito mais poderia ter feito, que nem tudo foi perfeito;
contudo, importa lembrar que sempre fiz o meu melhor em cada altura da vida e
que nunca esqueci os ensinamentos dos meus pais.
Esta é a biografia do filho, do irmão, do marido, do pai e do avô que sou. Com
altos e baixos, tentei sempre manter a família unida e feliz na nação que nos
acolheu – Estados Unidos da América - e na pátria que me viu nascer – Portugal.
Criadas raízes no país de imigração, onde a vida se desenrola com filhos a
crescer, compromissos profissionais a cumprir, netos a nascer, é muito fácil
deixarmos para segundo plano as nossas raízes. Contra esta tendência, tenho
lutado toda a minha vida. Todos os dias são vividos intensamente com contatos
com a comunidade portuguesa radicada nos EUA, com Portugal e com familiares