Page 9 - Jose Morais Autobiography Book 1
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Aos sete anos fui para a Escola Primária da freguesia de Curalha. Nesta escola,
frequentei até à quarta classe e aí fiz o exame da 4ª classe. A passagem pela
escola de instrução primária foram anos complicados na minha vida. Tal como
muitas crianças de então, tive muitas problemas com os professores. Eu era muito
traquinas e, como tal, as queixas abundavam por parte dos professores junto dos
meus pais. Para azar meu, os professores apanhavam o autocarro para a escola,
mesmo em frente à mercearia dos meus pais que ficava na Estrada principal de
Curalha, no começo da freguesia. Ora, esta coincidência fazia com que os meus
pais recebessem um relatório diário sobre o meu comportamento e
aproveitamento escolar.
Em frente à Igreja de Curalha. Nasci numa casa do outro lado da rua
Mais tarde fui para a Escola Industrial de Chaves. Para lá chegar, fazia todos os
dias a trajetória de 7 km na ida e mais 7 km na vinda da escola. Ia para a Escola
Industrial na companhia dos meus colegas. Enquanto assim foi, tudo correu bem
na Escola. Anos depois os meus pais ofereceram-me uma bicicleta. Com maior
capacidade de me movimentar, comecei a pensar mais nas namoradas e no
futebol. Os estudos começaram a ficar para trás.
Recordo que o pai de meu pai, ou seja, o meu avô paterno, nasceu nos EUA.
Quando regressou a Portugal, casou com uma freira. Ora, como o meu pai era
filho de uma freira, começaram a chamar o meu pai de Frade. Com esta presença
religiosa na família, sempre se tentou que um dos filhos dos meus pais fosse para
Padre. Como mais velho, fui para o Seminário de Vila Real, acompanhado do meu
irmão que me seguia na cronologia familiar – o Abel. Este, mais cumpridor e com
mais gosto pelos estudos, continuou no Seminário, mas eu não me dei bem com