Page 12 - Jose Morais Autobiography Book 1
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Namorando com a Josefina
Passados uns meses, depois do início do namoro, o pai de Josefina começou a
falar que estava a decidir embarcar para os EUA. Viria ele juntamente com as
filhas gémeas – Josefina e a irmã Leonor.
Andava eu a estudar e logo se instalou um grande desinteresse pelos estudos, a
tal ponto de nunca mais ter passado de ano. No final do ano letivo, fui ter com uns
amigos da terra que já viviam há alguns anos em Lisboa.
Mal cheguei a Lisboa, comecei a trabalhar numa empresa que torrava café, na
Torreficação de Café da Graça. Era Verão e os meus amigos iam para a praia.
Sempre que podia, acompanhava-os para ir jogar futebol. Recordo, como se fosse
hoje, do dia em que apanhei um escaldão tal que fui parar ao hospital. A situação
foi tão séria que até hoje ainda não consigo apanhar sol na praia.
De regresso a Chaves, aproximou-se a data em que a namorada ia partir para os
EUA. Por este motivo, passei os últimos dias com a namorada. Esta partiu como
estava previsto com o seu pai e irmã gémea.
O namoro continuou por carta e, um ano mais tarde, em agosto de 1968, a
Josefina e a irmã foram a Portugal para assim se realizar o nosso casamento e
para eu partir para os EUA. Casamos tinha eu 17 anos e a Josefina 20 anos. Hoje
em dia casar com estas idades é impensável. Contudo, é importante lembrar que
este fenómeno era muito comum, uma vez que se começava a trabalhar muito
cedo, a maturidade e experiência de vida eram outras e havia até um certo
orgulho em sair de casa dos pais cedo, em busca da autodeterminação e
autonomia. No meu caso em específico, como para muitos outros jovens, casar