Page 582 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
Territorialização em saúde: um relato de experiência de residentes
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x x 059.062.433-48 José Diego Bezerra Arraes Escola de Saúde Pública
048.369.373-10 Débora Rocha Carvalho Residência Integrada em Saúde RIS/ESP
044.910.373-02 Brena Barreto Barbosa Escola de Saúde Pública
059.075.653-22 Verônica Egline Farias Escola de Saúde Pública
044.695.823-95 José Edis Bernardo Escola de Saúde Pública
Resumo
A apropriação do território, aqui considerados os seus múltiplos conceitos, como base da organização da política pública de
saúde é produto do movimento de reforma sanitária brasileira determinada em definitivo com a Constituição Federal e posteriormente
com a Lei 8.080. A territorialização é uma das principais estratégias de organização do processo de trabalho na Atenção Primária à Saúde,
partindo desse pressuposto faz-se necessário esse processo para que a equipe de residentes possa intervir nas demandas da comunidade
como também conhecer a subjetividade do território. O objetivo deste trabalho é refletir acerca da importância da territorialização na APS,
na formação profissional e no aprimoramento do cuidado. Trata-se de um relato de experiência da territorialização em saúde realizada
pelos residentes da Escola de Saúde Pública do Ceará, ênfase Saúde da Família e Comunidade, lotados no Município de Acaraú/CE. A
mesma ocorreu em 40 dias, nos meses de março a maio de 2018, com foco nas áreas de atuação e responsabilidade sanitária dos
residentes. Os métodos utilizados para conhecimento do território incluíram visitas às instituições, caminhadas observacionais,
entrevistas, promoção de oficinas participativas na comunidade e análise de dados obtidos através de sistemas de informação
em saúde. A partir da interpretação dos produtos obtidos através das estratégias de territorialização, percebemos sua relevância por ter
permitido observar as fraquezas e potencialidades dentro do território. Dessa forma, com base nas suas singularidades, organizamos as
ações de apoio matricial, apoio institucional, apoio assistencial e apoio comunitário. Conclui-se que a territorialização como estratégia de
organização do processo de trabalho na APS é desafiadora por diversas questões, a principal delas, que apreendemos no nosso
processo, é que este é um trabalho árduo que demanda desconstruções pessoais e cristalizações profissionais conservadoras,
advindas da formação acadêmica dura e fria, que ainda se encontra em choque com o projeto de sociedade que o SUS propõe. Diante
disso, resistir e não deixar se abater com as rotinas fechadas do trabalho, sem dúvida, foi o suspiro inicial de cada amanhecer. E ao
entardecer, a esperança que nossas ações e falas singelas pudessem surtir efeito, também singelo. Sabemos que é no encontro com o
diverso que o novo surge e floresce, livre e forte.