Page 681 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS DISPENSADOS PARA CRIANÇAS EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM
FORTALEZA-CEARÁ
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x x 057.585.023-08 HELOISA SOUSA OLIVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
048.659.913-28 JOSÉ RICARDO RANGEL SANTOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
074.752.143-38 INGRID RAMANNA FELIX DOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
605.364.793-48 ÉRINA MARY SANTOS BELÉM UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
076.551.623-36 OCTAVIO VITAL BACCALLINI UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
610.596.743-86 FRAANCISCO ILDELANO A COSTA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
367.508.753-00 ANA PAULA SOARES GONDIM UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Resumo
INTRODUÇÃO: A medicalização dos transtornos mentais vem sendo discutida nas últimas décadas associada ao crescente número de
diagnósticos e ao elevado consumo de psicotrópicos, sobretudo em crianças. A Atenção Primária à Saúde como parte integrante da Rede
de Atenção Psicossocial (RAPS) e com o aumento da demanda por atenção à saúde mental de crianças no país, faz-se pertinente uma
investigação mais aprofundada no que diz respeito ao elevado número de prescrições destinadas ao público infantil. OBJETIVO:
Caracterizar a prescrição de medicamentos psicotrópicos para crianças atendidas em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS)
do município de Fortaleza, Ceará. METODOLOGIA: Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, no qual foram levantados dados
secundários, referentes aos receituários de medicamentos psicotrópicos dispensados para crianças de zero a doze anos de idade, em
um UAPS da Regional I da cidade de Fortaleza (CE), no período de julho à dezembro de 2016, através de um instrumento desenvolvido
com base nas normas estabelecidas pela portaria 344/88, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). As variáveis
estudas foram: idade das crianças, tipo de receituário, origem da prescrição, especialidade do prescritor e medicamentos mais prescritos.
A coleta de dados ocorreu no período de julho à setembro de 2017. RESULTADOS: Foram levantadas um total 320 prescrições. Em
relação à faixa etária, crianças de sete a doze anos foram as que mais receberam psicotrópicos, sendo 71,7% (236), seguidas da faixa
etária de zero a seis anos, com 26,2% (84). Não foram encontrados nenhum registro de prescrição em notificação de receita, apenas
receituário de controle especial destinadas à faixa etária pesquisada. Com relação à origem das prescrições, apenas 10,3% (33) advieram
de serviços como o CAPSi, enquanto 44% (141) tiveram origem em UAPS, 14,3% (46) de hospitais. Dos prescritores 36,6% (117)
possuíam alguma especialidade (Psiquiatria ou Neuropediatria), esquanto 24% (79) eram médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF).
O medicamento Risperidona foi o mais prescrito, sendo responsável por 35,5% (119) das prescrições, a frente de Ácido
Valpróico/Valproato de Sódio (21,1%) e Carbamazepina (16,4%). CONCLUSÃO: O estudo revelou uma elevada dispensação e consumo
de psicotrópicos por crianças na UAPS, algo preocupante, fazendo-se necessário que haja um acompanhamento sistemático e adequado
do uso de medicamentos utilizados na psiquiatria infantil.