Page 733 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
Tendência temporal de malformação congênita no Brasil no período de 2001 a 2016
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x 029.814.093-44 Caio Braga de Sousa Universidade Federal do Ceará
x 059.776.316-00 Larissa Fortunato Araújo Universidade Federal do Ceará
064.237.963-78 Pedro Eduardo Andrade de Carvalho Universidade Federal do Ceará
053.027.543-04 Raquel Espínola Saldanha Universidade Federal do Ceará
384.594.928-77 Andressa dos Santos Portas Universidade Federal do Ceará
Resumo
INTRODUÇÃO: No Brasil, as malformações congênitas respondem por importante parcela dos óbitos neonatais e infantis e, em
longo prazo, são responsáveis por importantes incapacidades físicas e cognitivas nos indivíduos afetados. Sob o prisma das
mudanças políticas, socioculturais, econômicas e ambientais no decorrer do século XXI, são esperadas importantes variações
epidemiológicas no que diz respeito à apresentação das anomalias congênitas em território nacional. OBJETIVOS: Avaliar a tendência
temporal da prevalência de nascimentos com anomalias congênitas no Brasil, entre os anos de 2001 e 2016, bem como identificar
possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de tais anomalias. METODOLOGIA: Estudo transversal que utilizou de dados
secundários, oriundos do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC), sendo incluídos todos os recém-nascidos no Brasil
no período de 2001 a 2016. A avaliação da prevalência de anomalias congênitas por ano de nascimento e de acordo com as características
relativas ao recém-nascido (sexo e raça/cor), da gestação (número de consultas pré-natal), e da mãe (idade, estado civil e escolaridade)
foram testadas pelo teste do qui-quadrado com nível de significância de 5%. RESULTADOS: A prevalência das anomalias
congênitas no Brasil apresentou clara tendência de crescimento, tendo elevado de 0,5% em 2001 para 0,9% em 2016. Quando
analisado durante todo o período (2001-2016), observamos maior prevalência no sexo masculino (0,8%) que no sexo feminino (0,6%).
Ainda mais, a prevalência encontrada foi maior em recém-nascidos de cor preta (0,9%), em gestações duplas e triplas (1% e 0,9%,
respectivamente), em filhos de mulheres que realizaram de 1 a 3 consultas pré-natal (0,8%), com idade entre 40-49 anos
(1,36%) e separadas judicialmente (0,9%). Todas as associações foram estatisticamente significativas a 1%. Não observamos
diferença nas prevalências de malformação congênita nos níveis de escolaridade da mãe. CONCLUSÃO: Fatores sociodemográficos e da
assistência à gestação apresentam relação com a maior prevalência de malformações congênitas no Brasil. Além disso, existe um aumento
das malformações congênitas ao longo dos anos que precisa ser compreendido e incorporado dentro de ações de promoção e políticas de
saúde.