Page 47 - LIVRO - FILOSOFIA COMO REMÉDIO PARA A SOLIDÃO - PUBLICAR
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Djason B. Della Cunha | 47

            que apresentam história de familiares com grau avan-
            çado de depressão correm maior risco de vir a sofrer
            de desequilíbrios químicos no cérebro, o que potenci-
            aliza a síndrome depressiva. Afortunadamente, estas
            pessoas podem contar hoje com tratamentos efetivos
            no controle e mesmo na dissipação deste transtorno.
                É óbvio que uma pessoa pode sentir-se triste vez
            por outra, refugiar-se em um momento de solidão, até
            mesmo  perder  provisoriamente  a  motivação  de  sair,
            cuidar-se, ou de estar com amigos em lugares abertos
            e socialmente prazerosos. Porém, isto não indica ne-
            cessariamente que a pessoa esteja depressiva e que, por
            isso, venha a sofrer consequências graves pelo seu es-
            tado  de  pesar.  Isto  pode  ser  inteiramente  normal.  O
            problema começa a partir do momento em que este es-
            tado assume certa permanência e a pessoa vive a sen-
            sação de solidão com profundo pesar e tristeza, deca-
            ída emocionalmente, sem nenhum interesse pelas coi-
            sas que antes desfrutava com prazer e satisfação. Neste
            estado, a pessoa precisa urgentemente de ajuda, pois a
            depressão se  instala como enfermidade, progredindo
            dia a dia, afetando seus pensamentos, sentimentos e sa-
            úde física.

                Do ponto de vista de sua presença no mundo, a
            depressão é um estado de paralisia total da pessoa, não
            respeitando  posição  econômica,  qualidades  pessoais
            ou intelectuais. Aflige tanto aos pobres quanto aos ri-
            cos, tanto às pessoas com êxito quanto às fracassadas,
            tantos os cultos quanto os analfabetos.

                O fenômeno depressivo se acha tão irradiado no
            mundo contemporâneo que a psicopatologia e a clínica
            psiquiátrica reconhecem com bastante clareza que este
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