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74 | Filosofia como Remédio para a Solidão

ceber melhor as armadilhas que sabotam a sua autoes-
tima, tais como dúvidas, incertezas, abandono, rejei-
ção, culpa, carência, timidez, medo, ira e falta de con-
fiança em sua capacidade de estabelecer uma autocrí-
tica sobre a forma como lida com os erros.
A autocrítica diz respeito à capacidade interna que
tem o sujeito para realizar a crítica de si mesmo. Ela
prefigura uma análise de atos, modos de agir e erros
cometidos, visando uma autocorreção. Este meca-
nismo tem tudo a ver com o processo de autoconheci-
mento na medida em que identifica os aspectos fracos
e onerosos para o bem-estar da pessoa e divisa as po-
tencialidades de correção nos rumos de sua trajetória
existencial. É fato que esse movimento psíquico que
conduz o sujeito ao encontro de si mesmo não se dá de
forma fortuita, inesperada, mas é fruto de uma minuci-
osa revisão de objetivos e de investimentos afetivo-
emocionais equivocados, que têm larga ressonância no
modo da pessoa assumir suas atitudes; por isso, o ca-
ráter melindroso de uma trilha cheia de bloqueios, di-
ficuldades e suscetibilidades.

Mas, é preciso ser razoável consigo mesmo, não
enveredar por uma trilha impiedosa de autocrítica pu-
nitiva, capaz não somente de arrastar a pessoa a uma
situação de completa anulação; mas, também, de pro-
duzir sentimentos de inferioridade, ânsias doentias,
culpas infundadas e autocomiseração. Recuse as fór-
mulas salvadoras, elas não existem. Às vezes, um ato
de vontade e a determinação de mudar a própria reali-
dade pode se converter num grande movimento de mu-
dança em sua vida. Lembre-se do que disse o filósofo