Page 61 - Revista PSIQUE Ciência e Vida
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Um dos estudos
mais recentes
sugeriu que a
exposição pré-
natal a álcool,
nicotina, entre
outros teratógenos,
aumenta as chances
de a criança ter TOD
criança neurotípica, o que não acontece numa demonstraram eficácia nos casos de agressão,
criança com TOD, muito pelo contrário. Esse não aderência ao tratamento e explosões de raiva;
comportamento só aumenta, principalmente a que a Risperidona foi verificada como eficácia na
intensidade dos atos, não ficando só restrito ao melhoria da “calma ou adesão”. Outro em linha de
ambiente familiar, pois começa a se estender uso e verificação da eficácia é a Quetiapina, com
ao convívio social. Quando a criança chega qual se verificaram a redução da irritabilidade e o
aos 5 anos de idade é quando geralmente esse controle da frustação.
comportamento se torna preocupante para os Ainda não há estudos que comprovem
pais, pois nesse período 60% dos pais de criança efetivamente a eficácia real de nenhum dos
com TOD não “conseguem” controlar as crises. fármacos, mas, sim, uma redução dos sintomas,
Uma das primeiras coisas a ser eliminada não são levando em consideração cada caso. Analisando-
os sintomas da criança, e sim o convívio social. Os se os efeitos adversos, alterando-se as dosagens
pais deixam de frequentar locais públicos, festas, e monitorando-se o processo pode-se chegar ao
reuniões e atividades em que lhes possa causar fármaco mais propício à criança.
algum tipo de transtorno emocional. Infelizmente, os sintomas de TOD, em sua
grande maioria, não são reduzidos somente com
a terapia e o treinamento parental. Em 2,7% a 40%
Tratamento de ocorrência do caso é necessário o tratamento
A agressão é um importante preditor de farmacológico conjunto para que se alcancem
incapacidade e resultados psicossociais resultados esperados.
negativos em crianças com TDAH, TOD e TC.
Estes são entre os diagnósticos psiquiátricos
mais comuns na infância, com 4,1% das
crianças em idade escolar diagnosticada
com TDAH, 1% a 6% das crianças, com TOD
e 0,2% a 2%, com TC. Na adolescência e na
idade adulta influenciam negativamente a
qualidade de vida das crianças e da família. O
tratamento farmacológico entra em associação
com o tratamento terapêutico como forma de
reduzir, tornar o tratamento eficaz e seguro.
Nesse ponto de vista, reduzir e/ou eliminar os
sintomas de agressão e outros comportamentos
disruptivos é de extrema importância.
As abordagens são especificas para cada caso.
O tratamento com fármacos inclui estudos de
eficácia na redução dos sintomas e aponta alguns
como mais eficientes. Em casos de crianças
com casos mais graves de TOD e TC, os estudos
mostraram que o uso de Metilfenidato diminuiu
os sintomas de oposição; que Haloperidol e Lítio
PSIǪUE Março 2019 - Ano 12