Page 127 - ASAS PARA O BRASIL
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as  minhas  pesquisas,  o  capitão  Jean  Cousinha,  oriundo  da  cidade  de
                  Dieppe, teria descoberto as Américas em 1488, mas não pôde ser provada
                  cientificamente a afirmação de que ele teria descoberto o Brasil antes de
                  Cabral.


                  Infelizmente, todos os arquivos de Dieppe do século XVII foram destruídos
                  em um incêndio.


                  Não sobra nenhum documento oficial autenticando estas descobertas, mas
                  os Normandos chamavam o Rio de Janeiro de “bloco de manteiga”.


                  O único testemunho dessa época é o livro “A Relação Autêntica” da viagem
                  do  capitão  de  Honfleur,  Binot  Paulmier  de  Gonneville  que  comandou  a
                  goleta  “l’Espoir”  e  acostou  no  Brasil  em  6  de  janeiro  de  1504  perto  do

                  vigésimo sexto grau de latitude sul do litoral de Santa Catarina.

                  Gonneville descobriu indivíduos parecidos com crianças, “os Índios eram

                  pessoas  simples,  vivendo  alegremente,  sem  a  necessidade  de  trabalhar
                  muito”.


                         Dessa  estadia  de  6  meses,  alvorada  das  relações  francesas  com  o
                  Novo  Mundo,  surgirá  o  mito  do  “Bom  Selvagem”  que  Montaigne  e
                  Rousseau alimentaram poderosamente.





















                                                       A colheita do caju, André THEVET Paris, 1558

                    Os Índios amigos dos franceses pareciam preferir esses “maîrs”, franceses
                  de barba ruiva aos “perós”, portugueses curtidos.


                  Rabelais menciona pela primeira vez o termo e a noção de exotismo em
                  1548, no seu livro “Quart Livre” contemporâneo das grandes descobertas
                  dos navegadores.
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