Page 137 - ASAS PARA O BRASIL
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É por esse motivo que as elites e os intelectuais deste país falam pouco e
preferem não tocar neste tema sensível.
Depois de ter sofrido durante cinco séculos, os Índios sobreviventes
encaram o terceiro milênio como vencedores que conseguiram recuperar
grande parte de seu território (que representa hoje mais ou menos 12% do
território do Brasil). Conseguiram que leis e políticos reconhecessem agora
o valor de suas culturas e estão assumindo papéis importantes nas políticas
públicas (através de organizações que eles criaram e pela ação de jovens
intelectuais indígenas muito atuantes).
Os próximos anos certamente serão totalmente diferentes! Porém,
ainda não conseguiram até hoje interromper a construção da barragem de
Belo Monte na floresta amazônica.
Em suas aldeias, os indígenas continuam a reconstruir seu modo de agir e
de pensar, colocando em prática modos de vida bem diferentes...
O setor agropecuário é um dos lobbys mais poderosos do país, pesando
mais de 20% do PIB brasileiro e os fazendeiros estão em conflito
permanente com os Índios.
Esses costumes nos encantam, abrem novos horizontes e nos permitem
pensar de maneira crítica sobre nossa própria sociedade. Eles fazem tudo
isso com alegria e esperança, atualizando permanentemente suas
tradições. Após cada visita nessas comunidades, eu volto com a alma e os
sonhos renovados, mas me sinto triste também pela perda de sentido e de
qualidade da vida que existe nos “supostos civilizados”.
Sem saber, talvez fôssemos um pouco como os Índios refugiados no mato
do Ceará?
As mulheres brasileiras (a selva morfológica)
Este país está cada vez mais feminizado com uma proporção de 96
homens para 100 mulheres. O país continua seu processo de urbanização e
a maioria da população se concentra em um punhado de Estados
principalmente no litoral.
Será que em certos Estados, o homem estaria em vias de extinção?
Composição étnica da população: brancos, 47,7%; pardos, 43,1%; negros,
7,6%; asiáticos, 1,1%; indígenas, 0,4%.