Page 12 - Veranigmas
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– Llita, rápido! Rápido! Me passe as gotas de sague que recolheu perto do rio.
– Tá bom! Mas pelo menos me conte o que está acontecendo.
– Só me passe as gotas!!
Pegou-as rapidamente da minha mão. Fez uma análise estranha, deu uma bufadinha,
e como o conheço muito bem sei que deu alguma coisa errada. Acalmou-se sentou na cama
comigo, falou:
– Deu tudo errado, aquelas amostras de “sangue”, na verdade eram ketchup com
água!
– Que ketchup mais realista! Ah, é mesmo estava com água...
– Pois é, ele é mesmo muito realista, principalmente com água.
– Quem colocaria ketchup com água?
– Não sei. Vai ver caiu.
Levantou-se tristonho e jogou a amostra no lixo. Fomos interrogar dona Iolanda.
– Olá, dona Iolanda, podemos interrogá-la?
– Sim, podem, mas por quê?
– Soubemos que a senhorita foi uma das últimas a ver sua nora.
– Fui? Nem sabia. Mas nunca faria nada de mal a Lupita, é uma mulher adorável.
– Já teve algum contratempo com Lupita?
– Sim, já tive no começo do namoro dos dois. Querem que eu conte o que
aconteceu?
– Sim, queremos, sim.
– Então vou contar: no começo do namoro Lupita não era como hoje, essa mulher
tão adorável. Era mais largada e arrogante comigo. Uma vez, quando foi dormir em minha
casa com Raul, foi tão, mas tão arrogante comigo, que dei uma esnobada nela. Aposto que
nunca mais esqueceu.
– O que seria largada para a senhora, dona Iolanda?
– Largada para mim é uma mulher que só usa moletom e essas roupas que são mais
de dormir e também que não combinam muito.
– Obrigada. Nos ajudou muito – eu falei, pensando no que ia dar aquelas pistas.
Fomos novamente para o quarto, onde Peppe estava sentado em sua poltrona e eu
na cama, pensando qual seria próximo interrogado. Pensei, pensei: “Já sei qual vai ser o
próximo interrogado! ”, pronunciei de novo e falando sozinha em minha mente.
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