Page 10 - Revista Patrimônio
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levar  avante  a  implantação  do  Parque  de  Múltiplo  Uso
          São Bernardino, no ano de 1974, pela Prefeitura de Nova
          Iguaçu,  com  recursos  da  FUNDREM  -  Fundação  para  o
          Desenvolvimento da Região Metropolitana do Estado do
          Rio de Janeiro:
               "Os negócios em que os Soares e Melo estiveram à
          frente, juntos ou separados, tomando por base o ano em
          que a cólera-morbo atingiu a Vila de Iguaçu (1855), e dai
          por  diante,  foram  os  seguintes:  Melo  &  Irmão,  Melo  &
          Souza  (comércio);  Soares  &  Melo  (arrematante  de
          barreira  e  "venda  de  bilhetes"  para  passageiros  nos
          "ônibus" de Joaquim Gonçalves Bastos); Moura, Filhos
          Soares  &  Cia.  (frete,  ensaque  e  exportação  de  café);
          Veiga & Cia. (idem)
               Não  foi  sem  razão  que  foi  classificada  em  dito
          relatório como:
               "Exemplar  de  elevado  valor  monumental  do
          patrimônio histórico e artístico do país."
               Caminhar por suas ruínas desperta a imaginação. E
          logo  nos  vem  os  ecos  do  passado,  como  a  sugerir  de
          que  maneira  se  vivia  ali  no  tempo  de  fastígio  e
          opulência, do ir e vir das pessoas, o canto melancólico
          de algum escravo, a sonhar com a liberdade ou sua terra
          natal, as mocinhas casadoiras contando os dias para a
          festa da matriz ou curiosas a respeito de algum visitante
          moço, que não podia ultrapassar a ala social da casa.
               O poeta mineiro Emílio Moura, amigo e conterrâneo
          de Drummond, no seu livro A Casa, define melhor esse
          sentimento com seus versos:

             "Abro os olhos à memória: a Casa salta do tempo.
           Ah, cheiro de outrora, cheiro de relva, de terra úmida...
            A vida, ao redor, tão clara, tão segura de cada hora."
            "Transbordamos para o pátio, vencemos, céleres, ..."
                  "... áreas sem limites. Que áureo mundo!"
               "Há valos, córregos, moitas e, ah, segredos!..."
                "Em cada ritmo, um modo de ser e sonhar..."

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