Page 7 - Revista Patrimônio
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A gestão de Sebastião Arruda Negreiros notabilizou-se,
principalmente, pela construção de rodovias. Era muito
importante esse empreendimento, pois, afinal, facilitaria o
escoamento da produção agrícola, principalmente da laranja,
que já era cultivada e apontada como um grande destaque
comercial.
Em função do crescimento da comercialização da
laranja para abastecer o mercado interno e de
exportação, a administração local realizou melhoria das
estradas existentes, assim como criou novas, acabando
por modificar a estrutura urbana em função da
citricultura.
Amália Dias em seu livro Entre laranjas e letras:
processos de escolarização no distrito sede de Nova
Iguaçu (1916-1950) e Maria Theresinha Segadas Soares
em seu artigo Nova Iguaçu: absorção de uma célula pelo
grande Rio de Janeiro publicado na Revista Brasileira de
Geografia comentam que:
“O núcleo urbano estava sendo construído com
intuito de facilitar o comércio e a produção da laranja,
logo a cidade se constituía como um espaço de
interação entre o urbano e rural, e nesse período,
grupos vinculados à atividade procuram reordenar as
funções do município, a ocupação e os usos do espaço,
em função da citricultura . . .”
“. . . e assim estabelece na cidade uma relação
íntima entre o núcleo urbano e o meio rural circundante,
crescendo aquele em função, principalmente, das
necessidades desse”.
Em relação à citricultura, é importante ressaltar que a
laranja chegou à Nova Iguaçu, no final do século XIX,
vinda de São Gonçalo, município do Estado do Rio de
Janeiro. E o seu conhecido ciclo teve seu
desenvolvimento e apogeu no período compreendido
entre 1920 e 1940.
Nova Iguaçu possuía o codinome de “Cidade
Perfume”, nesse período da primeira metade do século
XX, tal era o odor exalado das flores dos laranjais
cultivados praticamente em todo o município.
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