Page 22 - Revista Patrimônio
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única torre que possui, e abaixo dela uma janela e uma
          porta que conduz ao coro”.
               Adentrando  no  seu  interior,  revela  que:  “se  não  é
          rico  por  obras  de  talha,  é,  todavia  bem  ornado  e  com
          altares dourados”. Descreve o altar-mor com a imagem
          de  N.  Sra.  da  Piedade;  e  logo  abaixo  no  centro:  o
          Coração de Jesus. Registra cinco altares com diversas
          imagens, e cita outras em seus respectivos nichos.
               Os cemitérios mencionados são: um nos fundos da
          matriz, e um “na cidade, pertencente à extinta irmandade
          de N. Sra. da Piedade”. Das capelas filiais cita apenas a
          “do  Bom  Fim,  situada  no  alto  do  morro  do  mesmo
          nome”.


                             FÁBRICA DE TECIDOS

               Ao  mencionar  a  fabrica  de  tecidos  existente  na
          região, chama-a de “importante prédio” situada no “fim
          da  Rua  Dr.  Siqueira.  É  um  vasto  e  belo  edifício,  com
          acomodações  apropriadas  e  vantajosas  condições
          técnicas”. Contando com 160 teares movidos a vapor, ali
          trabalhavam  350  operários  produzindo  140.000  metros
          de fazenda.
               Situada      numa      “viela     curta     e    estreita”,
          impropriamente  denominada  de  Praça  Municipal,
          achava-se  a  Câmara  Municipal.  Alojada  em  um  grande
          prédio contendo cinco portas no pavimento térreo “e no
          sobrado cinco janelas, acima das quais estão as Armas
          do  Estado  e  o  monograma  da  municipalidade.  Na  sala
          das seções existe o retrato do Dr. Siqueira e o busto em
          mármore  de  Aureliano  de  Souza  Oliveira  Coutinho,
          visconde  de  Sepetiba,  ali  colocado  em  gratidão  dos
          mageenses,  pela  construção  do  canal  para  a  cidade,
          quando presidia a então província do Rio de Janeiro”.
               Ao  lado da  Câmara, encontra  uma  casa que  serve
          de  cadeia  chamando-a  de  “pardieiro  imundo  e
          asqueroso,  exalando  um  cheiro  fétido  e  nauseabundo
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