Page 23 - Revista Patrimônio
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que ameaça desabar”. Surpreendente o registro de duas
linhas de vagões que percorrem a cidade até o porto,
pertencentes a duas empresas, a de Reis & C., e a
Antônio Marques, fazendo ponto final na praça
comendador Guilherme “Onde carregam e descarregam
as lanchas”, provavelmente rodando sobre trilhos e de
tração animal.
Reclamando do calor, diz que: “o clima da cidade
como de toda a Baixada do Rio de Janeiro é insalubre,
reinando em diversos lugares febres intermitentes”,
citando as regiões de “Guapy, Suruy e Raiz da Serra,
onde as febres fazem mais devastações”.
Registra a grande quantidade de “excelente
farinha” que produz o município “cuja principal lavoura
é a da mandioca”, sendo considerável a produção de
“lenha, aves domésticas e ovos, exportados pelo porto
de Suruhy, Guapy, Estrela, Mauá, Magé e Piedade”.
Relaciona três escolas públicas existentes “sendo
duas do sexo feminino, frequentada por 100 alunas e
uma do masculino, freqüentada por 60 alunos. A
população da cidade é de 3.000 habitantes e a dos
distritos de seis a sete mil”.
“Tem a cidade de Magé, 12 ruas, 2 praças, 2
médicos, 1 advogado formado, dois provisionados, 1
pharmácia, 1 hotel, 2 padarias, 1 sapateiro, 15 vendas e
350 prédios”.
Ao término de sua narrativa, Moreira Pinto chama
“a atenção do viajante para três flagelos, que o hão de
atormentar ao procurar esta cidade: o caíque, o hotel e
os mosquitos”
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