Page 22 - Coletânea e Genealogia da Família Baldissera
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Em 1884, a Província encaminha a emancipação dessas colônias apostando no trabalho dos imigrantes e na expansão da agricultura. Com a aproximação da abolição da Escravatura, a obra da colonização continuava. Com a Proclamação da República, o Governo Federal através da Delegacia das Terras e da Colonização, assumiu essa grande obra e em 1895 transferiu a responsabilidade para o Governo do Estado. Entretanto, em 1892, por ato firmado por Barros Cassal, Presidente da Província, novas regras foram estabelecidas para a colonização no Rio Grande do Sul. As regras determinavam que os lotes coloniais não seriam maiores de 30 hectares, preferindo, para a compra dos mesmos, famílias residentes nos núcleos, aos quais seus antecedentes poderiam afiançar o aproveitamento das terras pretendidas. As terras destinadas à lavoura teriam a dimensão de 100 hectares e as terras destinadas à área de colonização, de 400 hectares, tendo cinco anos de prazo para o pagamento final sob condição de perda da própria terra. Quanto às zonas privilegiadas das estradas de ferro, reservava uma faixa de 20 Km em cada margem dos rios navegáveis e das estradas de rodagem, para a formação de núcleos coloniais.
A estimativa oficial de entrada de imigrantes italianos, no Rio Grande do Sul, entre 1875 e 1914 era de 84.000.
A Estruturação da Colônia
Dimensões
Valores e Pagamento Obrigações
Registro das Terras
No Rio Grande do Sul, a colonização foi fundada sob o regime da pequena propriedade. Em 1824, os alemães receberam lotes coloniais com 77 hectares. Em 1848, os lotes coloniais foram reduzidos para 48 hectares, parecendo ser um tamanho para agricultura intensiva. Em 1875, os lotes foram alternados para 25 hectares, medindo 200 a 250m de frente e 1.000 a 1.250 de profundidade. (descrição extraída de Roche, Jean. A Colonização alemã e o Rio Grande do Sul. P.Alegre Ed.Globo.1969)
As colônias foram, no início, divididas em léguas quadradas, linhas e travessões. Nem todas as léguas possuíam o mesmo número de travessões, dependendo do relevo do terreno, visto que as divisões eram feitas sobre mapas, não respeitando os grandes acidentes geográficos. Uma alteração no sistema substituiu os travessões por linhas numeradas, e as léguas por secções. O número médio de lotes em cada légua era de 132, enquanto o de travessões era de 32. Deste modo, os limites de cada colônia eram demarcados pelos travessões que significavam a divisão territorial entre as diversas localidades. 1