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REVISTA

Primeira turma do Curso de Capacitação em Práticas Colaborativas no Estado de Goiás
volvimento emocional de todos os en- esclarece que, num conflito familiar
volvidos; soluções adequadas e cons- “ CONFLITO É ALGO NATURAL gerenciado de forma colaborativa en-
truídas em conjunto. tre as partes, o planejador financeiro
Integrante do corpo docente da DA VIDA E SE O ADVOGADO auxiliar no sentido de apresentar da-
capitação, a psicóloga e terapeuta de MUDA A FORMA DE ABORDAR dos concretos, de realidade, e neutros,
família, Mônica Lobo, afirma que tem O PROBLEMA, A FAMÍLIA sobre a situação financeira da família,
crescido cada vez mais o número de PASSA A ENTENDER AQUELE os quais serão usados para definições
advogados interessados na capaci- como pensão alimentícia, por exem-
tação. “Eles estão vendo que a mu- CONFLITO COMO UMA plo, e outros. “Essa neutralidade me
dança de cultura fará diferença prin- OPORTUNIDADE DE MUDANÇA, possibilita trazer informações que tal-
cipalmente para as famílias e suas E NÃO NECESSARIAMENTE DE vez não agradem nem uma nem outra
crianças, que verão as separações de RUPTURA parte, mas as ajuda a traçar cenários
forma menos danosas para eles mes- ” futuros para essa família conseguir
mos e para os pais”. adiante numa nova estrutura, com
Para Mônica Lobo, a atitude parceria com profissionais de outras acordo duradouros, sustentáveis e
do advogado que atende uma família áreas, como psicólogos, economistas, em consonância com a realidade fi-
em conflito é determinante para os contadores, peritos de diversas áre- nanceira do agora ex-casal”.
rumos de sua resolução: “conflito é as, para construir o melhor resulta- Anderson Rodrigues, é advoga-
algo natural da vida e se o advogado do possível para o conflito. “Se é um do em Belém (PA) e veio a Goiânia es-
muda a forma de abordar o proble- conflito imobiliário, por exemplo, o pecialmente para participar do cur-
ma, a família passa a entender aque- advogado colaborativo, a depender so. “Foi sensacional. Aqui pudemos
le conflito como uma oportunidade do caso, vai precisar do auxílio de constatar que é possível, sim, uma
de mudança, e não necessariamente profissionais da área – talvez um en- advocacia não-adversarial. Trata-se
de ruptura”. genheiro, um arquiteto – que possam de uma nova forma de trabalhar, de
Co-fundadora do Instituto Bra- trazer elementos objetivos no trata- atender o cliente com um olhar mais
sileiro de Práticas Colaborativas e mento do problema, de forma a racio- humanizado, com uma visão que
coordenadora do grupo de professo- nalizar sua solução”. busca ajudar na construção de uma
res do curso, a advogada colaborati- Exemplo desse tipo de pro- sociedade mais saudável”, afirma.
va Olívia Fürst explica como se dá a fissional é a planejadora financeira Para ele, não é a legislação que está
intervenção do advogado colaborati- Maria Isabel, que também integra o mudando a sociedade, mas a socie-
vo num conflito de família: “quando corpo docente da capacitação. Ela dade que está forçando a legislação a
chegam no escritório do advogado, mudar. “As pessoas não estão supor-
os clientes estão muito magoados, tando mais ver seus problemas resol-
num momento de dor muito inten- vidos por um terceiro que, no caso, é
sa. Mas isso não significa que eles um juiz. Elas estão se dando conta
queiram ver o conflito judicializado. que pela via colaborativa, tem con-
Eles querem resolver o problema e, dições de resolverem suas questões
em geral, não estão vendo luz no fim sem a intromissão de ninguém e isso
do túnel mas, na maior parte dos ca- é fantástico”.
sos, querem preservar os filhos, pou- Essa é a missão do IBPC difun-
par recursos e se prevenir dos efeitos dir as Práticas Colaborativas e capa-
colaterais de um divórcio judiciali- citar cada vez mais profissionais que
zado. Nosso trabalho é diferenciar por sua vez estimularão a sociedade
as questões objetivas do Direito, das a buscar esse método adequado de
questões subjetivas: a dor, a mágoa, solução de conflito.
a emoção. O que não posso é, como Explica Sirley, que esta tem
advogada, incentivar a judicialização sido sua missão, “entendo que di-
de questões emocionais”. fundir conhecimento, tocar colegas
Segundo Olívia, para tanto, a com espírito não litigante é uma
advocacia colaborativa trabalha em grande ferramenta de transformação
social” anunciando que já prepara
para o segundo semestre a próxima
Dra. Sirley Oliveira, advogada
colaborativa, foi a responsável por capacitação.
trazer o evento para Goiás
É ISTO QUE É NOTÍCIA | 35