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Se me mordeis o sangue

                             não me esfacelais a carne                                     Decerto, não sabereis
                             seda selvagem                                                 das vozes verdejantes que descem
                                                                                           pelos riachos,
                             às estrelas oferecida!
                                                                                           nem do ranger da mediocridade
                             E, nem atenteis contra o vento,                               por vós idolatrada.

                             pois não podeis acariciar-me as penas

                             ao pensamento lapidado                                        Não sou companheira
                             na migração das andorinhas,                                   da vossa Via Sacra,
                                                                                           decerto não me conheceis…
                             imponente nos meus claustros

                             consagrados                                                   … nem roubo segredos ao Vento Norte.
                                                                                           Pertenço-lhe!
                             de desdém!

                                                                                           Sois pobres sanguessugas fustigadas
                             Nem me beijeis os olhos
                             de onde escorrem madrugadas                                   desse afrodisíaco fel exaurido
                                                                                           nas máscaras do Poder
                             de jasmim!

                             Veneno será para vossos ignóbeis                              onde queimais incenso
                                                                                           e cegais,
                             lábios!
                                                                                           pelos salões de prata desnudando lustres

                             Sabeis vós,                                                   dourados
                             que a lei da transmutação                                     a transbordar o riso da cativa desgraça,

                             se revolve incessantemente triunfante                         ó amordaçados da cobiça!

                             nas noctívagas sombras do meu
                             silêncio?
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