Page 20 - Revista - Rio e Mar
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da de congo local; (b) o turismo de natureza, que inclui os
                                                                  esportes aquáticos e as visitações à base do projeto Tamar.
                                                                  A festa do Caboclo Bernardo acontece no inverno, geral-
                                                                  mente no começo de junho, e costuma abarcar um en-
                                                                  contro de bandas de congo do Espírito Santo. O Cabo-
                                                                  clo Bernardo é uma fi gura importante localmente e sua
                                                                  história é bastante conhecida e contada: ele teria salvado
                                                                  os tripulantes de um navio, em 1887, lançando-se ao mar.
                                                                  Pelo feito, recebeu medalha real, e a vila passou a ter o seu
                                                                  nome como forma de homenagem ao ato de heroísmo.
                                                                  Os padroeiros da vila, Santa Catarina e São Benedito,
                                                                  mobilizam festejos que ocorrem entre os meses de outu-
                                                                  bro e novembro. A chegada de São Benedito está associa-
                                                                  da a um milagre:
                                                                  “Meu pai falava muito que teve uma tempestade aí de vento
                                                                  sul, vinha passando um barco, um navio, aí eles disseram as-
                                                                  sim “vamos falar com São Benedito que São Benedito deixasse
                                                                  a boca da barra aqui de Regência” acalmar pra eles entrarem
                                                                  aqui, que entrava navio aqui nessa época, agora que não entra
                                                                  mais. Aí eles deixavam o santo aqui que aí é São Benedito [...] aí
                                                                  a ida pra cá, o rio fi cou, a boca da barra limpa, né, aí eles saíram
                                                                  e foram embora e pegaram e deixaram São Benedito aqui. Aí
                                                                  a gente já festejava com Santa Catarina, aí eles colocaram São
                                                                  Benedito junto com Santa Catarina.” (Alda, 70 anos, set. 2017).
                                                                  “Regência era assim, noite [inaudível] lamparina, ascender o
                                                                  farolzinho que tiver, sua vela, porque não tinha energia, mas a
                                                                  gente brincava de roda, juntava o fogo no meio da rua, brincava
                                                                  todo mundo, tão alegre, juntava rapaz, moças, qualquer pessoa
            Fotos 25, 26 e 27 - Acima, foto de barcos no píer de Regência, na sema-  que queria se ajuntar.” (Rosa, 71 anos, conguista, set. 2017).
            na anterior à chegada da “lama da Samarco”, nov. 2015, autoria de Elia-
            na Creado. Ao meio, redes encostadas em casa de pescador, por con-  “A gente só viva do peixe, né, vivia do peixe mesmo. Num tinha
            ta da interdição de pesca, e, abaixo, cabana de pescador na praia de
            Comboios, 2017, ambas de autoria de Jéssica Latif. Acervo GEPPEDES.  nem gente aqui, num chegava. Era só o pessoal daqui mesmo.
                                                                  Quando chegava uma pessoa a gente já fi cava já: “quem é esse
            TEMPOS ANTIGOS E FESTIVIDADES                         camarada?”, “quem é essa pessoa aí?”. Até, até sabê num tava
                                                                  satisfeito quem era. [...].” (aposentado, set. 2017).
            Atrativos especiais chamam visitantes à vila de Regência
            Augusta: (a) festas populares, como a do Caboclo Bernar-
            do e de São Benedito, quando há a apresentação da ban-

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