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dro 1). Elas foram
criadas em 2010,
mas a negociação
sobre a criação
se deu a partir de
2002, com consulta
pública realizada
em 2005. Segundo
entrevista realizada
com um analista
ambiental de enti-
dade federal, a pro-
posta ficou parada
entre 2005 e 2010
pela resistência do
setor industrial e
político do Espírito
Santo. O licencia-
mento da Jurong foi
uma “oportunida-
de de negociação”
para a retomada da
mapa 2 – Uso e ocupação do solo nos distritos de Santa Cruz e Barra
do Riacho. Fonte: Jerônimo Amaral de Carvalho, para o GEPPEDES, proposta, nas palavras dele, através da redução do terri-
2017. tório das duas UC’s, que ficaram com 134 mil hectares ao
todo. O analista, como outros profissionais da conserva-
O mapa 2 mostra a extensão dos eucaliptais na região, ção com os quais conversamos ao longo do programa de
que ocupam mais de 70% do território, restando apenas extensão, reconheceu que os órgãos ambientais, depois
12,16% de vegetação natural. de fornecidas as licenças para os empreendimentos, não
conseguem monitorar as alterações ambientais causadas
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO por eles, bem como enfrentam dificuldades práticas para
conseguir utilizar os recursos de compensação ambien-
A criação de unidades de conservação muitas vezes é ne-
tal, como os que poderiam ser utilizados na construção
gociada como se elas pudessem compensar ou minimizar
da sede da APA Costa das Algas e da REVIS de Santa
perdas socioambientais trazidas pelo desenvolvimento
Cruz:
econômico, em especial pela industrialização. Em Barra
do Riacho, houve a criação de duas dessas áreas, a APA “Agora, uma coisa assim, né, quando estava em processo de
Costa das Algas e a REVIS de Santa Cruz (conferir qua- criação dessas unidades, já existia o complexo portuário. Já
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