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Um problema de todos
Sérgio Turra, Deputado Estadual
Como o Rio Grande do Sul, um dos Estados mais desenvolvidos do
país, se tornou também, nos últimos anos, um dos mais perigosos, ao ponto
de ter sua capital, Porto Alegre, incluída no ranking das 50 cidades mais
violentas do mundo?
Assaltos a bancos, latrocínios, sequestros, execuções, tráfico de
drogas, guerra de quadrilhas – todos esses crimes que até algum tempo atrás
eram tidos como exclusivos de metrópoles, hoje atormentam a vida até de
pequenas comunidades do Interior. Preocupados com essa realidade
criamos, na Assembleia Legislativa, a Comissão Especial da Segurança
Pública, de que trata este relatório, com o objetivo de examinar o aumento
alarmante no número de homicídios, o crescimento no tráfico de drogas, a
crise prisional, e sugerir alternativas para o combate à criminalidade.
A guerra não declarada vivida pelo Rio Grande do Sul – que impõe
toque de recolher em vilas populares e esvazia as cidades à noite – degrada
a economia dos municípios e obriga o cidadão honesto a se entrincheirar
atrás de cercas elétricas, revela números impressionantes. O comércio de
drogas ilegais, por exemplo, cresceu 243% nos últimos dez anos. De 40% a
70% dos homicídios estão relacionados aos entorpecentes. Por outro lado,
há falta de 11 mil vagas nos presídios e de 24 mil profissionais na Segurança
Pública. Embora o atual governo do Estado venha investindo no combate ao
crime, com a incorporação de mais policiais militares, e até já tenha solicitado
o apoio da Força Nacional de Segurança, a violência não cede na medida
esperada pela população.
Sabemos que não basta colocar mais policiais nas ruas, ou abrir
novas vagas em presídios, para acabar com o flagelo da criminalidade. É
necessário um trabalho mais consistente de inteligência, que permita às
forças de segurança agir fortemente na prevenção ao crime, além de
investimentos em educação e geração de renda. Esta Comissão também
reconhece que a violência que assusta os gaúchos não é um problema
apenas do Poder Executivo, mas também do Judiciário, do Legislativo, do
Ministério Público e de toda a sociedade.
Com este relatório, o Poder Legislativo faz a sua parte.
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