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Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR






                                                     CAPÍTULO 30

                                              EMERGÊNCIAS GERIÁTRICAS



                       1.  Introdução

                      Considera-se idoso a pessoa maior
               de   sessenta   anos   de   idade.   No   Brasil,
               apenas a partir da década de 80 houve a
               preocupação com a pessoa idosa, coinci-
               dindo com processo de intensificação das
               desigualdades sociais.

                      O envelhecimento, processo normal
               de mudança relacionada com o tempo, co-
               meça ao nascimento e continua ao longo
               de toda a vida. A idade avançada é a fase
               final do ciclo da vida. Com uma crescente
               população idosa, mais pessoas estão vi-
               vendo até uma idade muito senil, desafian-
               do os profissionais de saúde a lidar com
               uma prevalência mais alta de doenças que  Fig 30.1
               ocorrem nessa população.

                      De acordo com Brasil (1999) na Portaria nº. 1.395/GM, as projeções estatísticas da
               Organização Mundial da Saúde (OMS), referem que o grupo de idosos no Brasil deverá
               ter aumentado em 15 vezes, enquanto a população total em 5. O país ocupará assim, o
               sexto lugar quando contingente de idosos, alcançando 32 milhões de pessoas com 60
               anos ou mais de idade até o ano de 2025.


                      O atendimento pré-hospitalar do idoso apresenta desafios, suplantados apenas
               pela atenção destinada às crianças. As manifestações súbitas de doença e o trauma apre-
               sentam dimensões diferentes do cuidado pré-hospitalar do idoso em comparação com o
               atendimento às pessoas mais jovens.
                      Comparados ao restante da população, os idosos são mais suscetíveis a doenças

               graves e ao trauma. Em razão disso, o socorrista deve atentar para uma gama maior de
               complicações, durante a avaliação e atendimento iniciais desse doente.

                      Em se tratando de vítima idosa, a avaliação na cena do incidente pode levar mais
               tempo do que em vítimas jovens, na medida em que o idoso apresenta uma grande varie-
               dade de incapacidades. Além disso, déficits auditivos e visuais, alterações de conduta de-
               vido à senilidade e as modificações fisiológicas próprias da idade são fatores que dificul-
               tam sua avaliação.


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