Page 355 - Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE _CBPR
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Emergências Geriátricas
2.6. Aparelho Cardiovascular
O aparelho respiratório e o cardiovascular estão intimamente ligados, qualquer alte-
ração em um deles, influi diretamente sobre o outro. O músculo cardíaco torna-se mais
espesso e com menor complacência (elasticidade). Há maior rigidez e espessamento das
válvulas cardíacas e diminuição do retorno venoso do coração. A artéria aorta torna-se
menos elástica, alarga-se e alonga-se. A circulação coronária diminui. A pressão sistólica
geralmente aumenta até 64 anos e após diminui.
No idoso traumatizado, a diminuição da circulação contribui para a hipóxia celular,
resultando em arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca aguda e até mesmo morte súbi-
ta. A capacidade do corpo de compensar perdas sanguíneas ou outras causas de choque
é significativamente diminuída no idoso, devido a diminuição da resposta de contração
cardíaca.
A circulação e as respostas circulatórias reduzidas, associadas a insuficiência car-
díaca crescente, representa um grande problema no tratamento do choque no idoso. A
ressuscitação com fluídos deve ser cuidadosamente vigiada, devido a redução da compla-
cência do sistema cardiovascular e ventrículo direito “enrijecido”. Deve se tomar cuidado
no tratamento da hipotensão e do choque, para não causar sobrecarga de volume na res-
suscitação agressiva.
2.7. Aparelho Gastrointestinal
As principais alterações no estômago relacionadas com a idade, bem como no in-
testino delgado e cólon, são uma menor motilidade e peristaltismo. Diminuição na produ-
ção de secreções gastrointestinais. Esvaziamento esofágico e gástrico retardado. Diminui-
ção no número de células na superfície de absorção do intestino delgado. O fígado torna-
se menor, com diminuição no peso e no fluxo sanguíneo hepático, a função declina com a
idade. A vesícula biliar fica com o tempo de esvaziamento maior e a bile torna-se mais es-
pessa e com menos volume.
2.8. Aparelho Músculoesquelético
O número de células musculares e teci-
dos elásticos diminuem. A musculatura esque-
lética se atrofia e diminui em força e tamanho.
Os tecidos cartilaginosos se atrofiam e
tendem a ficar amarelos. As articulações tor-
nam-se menos móveis. A massa dos ossos di-
minui e desmineraliza, resultando em ossos
que se tornam quebradiços. Fig 30.3 – Osteoartrite
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