Page 359 - Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE _CBPR
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Emergências Geriátricas
5. Tratamento
5.1. Vias Aéreas
A avaliação do idoso começa com o exame da via aérea. Alterações na atividade
mental podem estar associadas com obstrução da via aérea pela língua. A cavidade oral
deve ser examinada buscando-se corpos estranhos como dentaduras que foram desloca-
das.
Geralmente as dentaduras devem ser mantidas no local para garantir uma melhor
vedação ao redor da boca com a máscara. Contudo, próteses dentárias parciais (pontes)
ou quebradas devem ser removidas, pois durante uma emergência podem ser deslocadas
e causar obstrução total ou parcial das vias aéreas.
A colocação de dispositivos para manter a via aérea desobstruída (cânulas), pode
ser complicada por sangramento significativo, se o paciente estiver tomando anticoagu-
lantes, como aspirina.
5.2. Respiração
Doentes idosos com freqüência respiratória abaixo de 10 rpm ou acima de 30 rpm
terão volume minuto (quantidade de ar trocado nos pulmões em um minuto. É calculado
multiplicando-se o volume de ar em cada respiração (volume corrente) pelo número de
respirações por minuto (freqüência respiratória)) inadequado, necessitando de ventilação
com pressão positiva. Para a maioria dos adultos, uma freqüência ventilatória entre 12 e
20 rpm é normal. Entretanto, num idoso doente, a capacidade e função pulmonares redu-
zidos podem resultar em volume minuto inadequado, mesmo com freqüência entre 12 e
20 rpm.
A população idosa tem alta prevalência de doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC). Na presença desta doença o estimulo ventilatório de alguns pacientes não de-
pende do nível de dióxido de carbono (CO2) no sangue, mas de níveis sanguíneos de oxi-
gênio diminuídos. Nunca se deve deixar de oferecer oxigênio a um doente que necessite
dele. A saturação de oxigênio no sangue (SaO2) deve ser mantida acima de 95%.
Os idosos apresentam enrijecimento aumentado da caixa torácica. Além disso, a
redução de força da musculatura da parede torácica e o enrijecimento da cartilagem a tor-
nam menos flexível. Estas e outras alterações são responsáveis por redução dos volumes
pulmonares. O paciente pode necessitar de suporte ventilatório, por meio de ventilação
assistida com máscara associada a balão dotado de válvula unidirecional.
5.3. Circulação
O tempo de enchimento capilar retardado é comum no doente idoso em razão da
circulação menos eficiente; portanto não é bom indicador de alterações circulatórias agu-
das nestes pacientes. Algum grau de redução da sensibilidade distal, motricidade e da cir-
culação das extremidades é achado comum normal nos pacientes idosos.
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