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Emergências Geriátricas


                       5.  Tratamento

                       5.1. Vias Aéreas

                      A avaliação do idoso começa com o exame da via aérea. Alterações na atividade
               mental podem estar associadas com obstrução da via aérea pela língua. A cavidade oral
               deve ser examinada buscando-se corpos estranhos como dentaduras que foram desloca-
               das.

                      Geralmente as dentaduras devem ser mantidas no local para garantir uma melhor
               vedação ao redor da boca com a máscara. Contudo, próteses dentárias parciais (pontes)
               ou quebradas devem ser removidas, pois durante uma emergência podem ser deslocadas
               e causar obstrução total ou parcial das vias aéreas.

                      A colocação de dispositivos para manter a via aérea desobstruída (cânulas), pode
               ser complicada por sangramento significativo, se o paciente estiver tomando anticoagu-
               lantes, como aspirina.

                       5.2. Respiração

                      Doentes idosos com freqüência respiratória abaixo de 10 rpm ou acima de 30 rpm
               terão volume minuto (quantidade de ar trocado nos pulmões em um minuto. É calculado
               multiplicando-se o volume de ar em cada respiração (volume corrente) pelo número de
               respirações por minuto (freqüência respiratória)) inadequado, necessitando de ventilação
               com pressão positiva. Para a maioria dos adultos, uma freqüência ventilatória entre 12 e
               20 rpm é normal. Entretanto, num idoso doente, a capacidade e função pulmonares redu-
               zidos podem resultar em volume minuto inadequado, mesmo com freqüência entre 12 e
               20 rpm.

                      A população idosa tem alta prevalência de doença pulmonar obstrutiva crônica
               (DPOC). Na presença desta doença o estimulo ventilatório de alguns pacientes não de-
               pende do nível de dióxido de carbono (CO2) no sangue, mas de níveis sanguíneos de oxi-
               gênio diminuídos. Nunca se deve deixar de oferecer oxigênio a um doente que necessite
               dele. A saturação de oxigênio no sangue (SaO2) deve ser mantida acima de 95%.


                      Os idosos apresentam enrijecimento aumentado da caixa torácica. Além disso, a
               redução de força da musculatura da parede torácica e o enrijecimento da cartilagem a tor-
               nam menos flexível. Estas e outras alterações são responsáveis por redução dos volumes
               pulmonares. O paciente pode necessitar de suporte ventilatório, por meio de ventilação
               assistida com máscara associada a balão dotado de válvula unidirecional.

                       5.3. Circulação

                      O tempo de enchimento capilar retardado é comum no doente idoso em razão da
               circulação menos eficiente; portanto não é bom indicador de alterações circulatórias agu-
               das nestes pacientes. Algum grau de redução da sensibilidade distal, motricidade e da cir-
               culação das extremidades é achado comum normal nos pacientes idosos.




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