Page 361 - Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE _CBPR
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Emergências Geriátricas


                       5.6. Imobilização

                      A proteção da coluna cervical, especialmente em vítima politraumatizadas, é o pa-
               drão do atendimento esperado. Nos idosos este padrão deve ser aplicado não somente
               em situações de trauma, mas também durante problemas clínicos nos quais a manuten-
               ção de vias aéreas pérvias é prioridade. A artrite degenerativa da coluna cervical pode
               ocasionar lesões raquimedulares por mobilização do pescoço, mesmo que a vítima não
               tenha sofrido trauma de coluna. Outra consideração na inadequada mobilização da coluna
               cervical é a possibilidade de oclusão de artérias que irrigam o cérebro, que pode ocasio-
               nar inconsciência e até mesmo AVC.

                      Ao colocar o colar cervical em uma vítima idosa com cifose grave, o socorrista deve
               assegurar que o colar não comprima as vias aéreas ou as artérias carótidas. Meios me-
               nos tradicionais de imobilização, como uma toalha enrolada e coxins para a cabeça, po-
               dem ser cogitados, se os colares cervicais padrão forem inapropriados.

                      Pode ser necessário acolchoamento sob a cabeça e entre os ombros ao imobilizar
               o idoso em posição supina, devido à falta de tecido adiposo. O socorrista deve procurar
               pontos de pressão onde o doente está apoiado na prancha e acolchoá-los adequadamen-
               te. Ao aplicar tirantes de contenção para imobilização nestas vítimas é possível que não
               possam ser capazes de estender completamente suas pernas, em vista da redução da
               amplitude de movimentos do quadril e dos joelhos. Assim pode ser necessário acolchoa-
               mento sob as pernas, para maior conforto e segurança do paciente durante o transporte.

                       5.7. Exame Secundário

                      Após o tratamento de condições urgentes que ameaçam a vida, na avaliação da
               doença aguda é importante considerar os seguintes fatores:

                          ● O corpo pode não responder de maneira similar aos pacientes jovens.
                             Achados típicos de doença grave, como febre, dor ou sensibilidade, pode
                             demorar mais para se desenvolver e tornam a avaliação da vítima mais
                             difícil e longa. Além disso, muitos medicamentos modificarão a resposta
                             corpórea. Com freqüência, o socorrista dependerá do histórico do paciente;
                          ● É necessário ter paciência adicional, em razão dos déficits auditivos e
                             visuais da vítima;
                          ● A avaliação das vítimas idosas requer questionamento diferenciado. Durante
                             a avaliação inicial devem ser formuladas questões específicas com
                             informações gerais, pois a vítima idosa tende a responder “sim” a todas as
                             questões;
                          ● - Pode ser necessário o envolvimento de uma terceira pessoa (cuidador,
                             familiares, etc.);
                          ● Alterações de compreensão ou distúrbios neurológicos são problemas
                             significativos para muitas vítimas. Esses doentes não somente têm
                             dificuldade de comunicação, mas também podem ser incapazes de
                             compreender ou ajudar na avaliação, podem estar inquietos e às vezes
                             agressivos;



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